Dia Internacional da Mulher: de poesia e de luta
04/03/2011 10h00 - última modificação 04/03/2011 11h23
Vale a pena esperar, contra toda a esperança,
o cumprimento da Promessa que Deus fez a nossos
pais no deserto. Até lá, o sol com chuva, o arco-íris,
o esforço de amor, o maná em pequeninas rodelas,
tornam boa a vida. A vida rui? A vida rola mas não cai.
A vida é boa.
Dor não tem nada a ver com amargura. / Acho que tudo que acontece / é feito pra gente aprender cada vez mais, / é pra ensinar a gente a viver. Desdobrável. / Cada dia mais rica de humanidade
Quando dói, grito ai,
quando é bom, fico bruta.
As sensibilidades sem governo.
Mas tenho meus prantos,
claridades atrás do estômago humilde
e fortíssima voz pra cânticos de festa.
A mineira Adélia Prado fala do sagrado como mulher desdobrável que é. Sem medo do sentir e do viver, Adélia fala de nossa fome por beleza e mistério, corpo e alma entrelaçados, pranto e voz forte para cânticos de festa.
Dia Internacional da Mulher é dia de festa. Festa pelas mulheres que, no Egito, uniram-se aos homens por reformas democráticas. Festa de todas as mulheres, em todo o mundo, que esperam contra toda a esperança e lutam pela vida. É também dia de pranto pelas 129 mulheres e meninas que no dia 8 de março de 1857 morreram carbonizadas dentro de uma fábrica enquanto reivindicavam melhores condições de vida e trabalho. Dia de pranto pelas mulheres ainda desvalorizadas em suas casas, igrejas, meios de comunicação e ambientes de trabalho. Dia de pranto pelas mulheres exploradas, prostituídas e violentadas. Pelas mulheres que ainda não levantaram sua voz.
Mas a dor não tem a ver com amargura, diz Adélia. E a voz que era pranto ergue-se na luta e abre espaço para a celebração quando se alimenta na Promessa, ainda que o maná seja servido em pequeninas rodelas. Como as que você tem a seguir:
Religião, literatura e o eu: interfaces do feminino na
estética de Adélia Prado – artigo da Revista Mandrágora, uma publicação do Grupo de Estudos de Gênero e Religião Mandrágora/NETMAL - do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da Universidade Metodista de São Paulo, que desenvolve pesquisas interdisciplinares na área de Gênero e Religião. Acesse em https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/MA/article/viewFile/678/679
Além de rosas e bombons: um bate-papo feminista a propósito do Dia Internacional da Mulher. Leia em:
Violência contra a Mulher : Nações Unidas lança guia prático que ensina como prevenir e onde procurar ajuda.
A cada 15 segundos uma mulher é agredida no Brasil. Pelo menos uma em cada três mulheres brasileiras sofre algum tipo de violência ao longo de sua vida. E o que fazem as instituições religiosas? Para orientar as vítimas e as comunidades nas quais elas estão inseridas, a UNAIDS, programa das Nações Unidas para a prevenção da AIDS, está lançando, em parceria com várias outras organizações de Direitos Humanos, a cartilha Direitos da Mulher - Prevenção à Violência e ao HIV/AIDS. A cartilha traz orientações sobre como se prevenir da violência e onde procurar ajuda.
CLIQUE aqui para ler a cartilha Direitos da Mulher (documento em pdf)
Artigos, livros e vídeos da Biblioteca Feminista, centro de documentação para reflexão e pesquisa sobre a condição da mulher na sociedade brasileira: http://www.bibliotecafeminista.org.br/index.php?option=com_remository&Itemid=56
A publicidade está contra as mulheres na Zâmbia
Cinco anos depois que Ellen Johnson-Sirleaf foi eleita presidente da Liberia, parece que há uma campanha sistemática para convencer as mulheres africanas de que seu lugar é a cozinha. E os anunciantes de detergentes e outros produtos de limpeza são os principais culpados.