Pesquisadora da UNESP lança livro sobre instrumento musical que faz parte da história do cristianismo
10/11/2011 09h40 - última modificação 10/11/2011 10h09
O primeiro órgão que existiu no Brasil foi trazido pela esquadra de Cabral. Era comum que os portugueses levassem uma versão portátil do instrumento (normamente fixo e formado por muitos tubos) em suas aventuras além-mar, para que pudessem louvar a Deus e "livrar a tristeza do mar".
Esta é um das histórias narradas por Dorotéa Kerr, pesquisadora do Instituto de Artes da Unesp de São Paulo, no livro Organistas, organeiros e órgãos - Crônicas sobre a história da música no Brasil, lançado pela Editora Unesp.
Embora a obra seja resultado de uma pesquisa documental para sua tese de livre-docência, a autora evitou o estilo acadêmico e optou por uma linguagem leve, visando um público mais amplo. São 33 crônicas curtas que descrevem a trajetória de um instrumento complexo - o que existe ainda hoje na Catedral da Sé, em São Paulo, por exemplo, tem mais de 10 mil tubos e 320 possibilidades de comando.
Em entrevista à revista Unesp Ciência, Dorotéa Kerr afirma que a partir do século 20 o instrumento, cuja história confunde-se com a própria história do cristianismo, entrou em declínio, devido à entrada de outros instrumentos nas igrejas, como o violão, bateria e instrumentos eletrônicos e digitais. "Mesmo em igrejas que possuem órgãos muito bons e bonitos, a música dos serviços religiosos geralmente é praticada por outros meios". No entanto, novas pesquisas sobre construção de órgãos indicam que o instrumento também possa encontrar lugar fora do contexto religioso.
Fonte: Unesp Ciência, novembro de 2011