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Reitor representa Metodista em seminário promovido pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República

Apenas duas instituições de ensino foram convidadas ao debate, entre elas, a Metodista

25/11/2019 14h30 - última modificação 27/11/2019 12h42

Professor Paulo Borges ministra palestra sobre Ética e Educação em evento da Agência Nacional de Transportes Terrestres - clique para ampliar

O reitor da Universidade Metodista de São Paulo, professor Paulo Borges Campos Junior, representou a instituição no “20º Seminário Ética na Gestão – Ética Pública e Cidadania” realizado em 20 de novembro último, em Brasília, Distrito Federal. O evento foi promovido pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República e reuniu autoridades, integrantes do Poder Executivo Federal, agentes públicos, especialistas e representantes da sociedade civil para debater o tema e compartilhar experiências como instrumentos para a implementação da ética na administração pública.

Para abrir os diálogos, o seminário contou com a participação do presidente da Comissão de Ética, Paulo Henrique Lucon; o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Jorge Antonio de Oliveira Francisco; o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, André Luiz de Almeida Mendonça; e o ministro da Controladoria-Geral da União, Wagner Rosário.

Integrando o painel “Ética e Educação”, presidido pelo conselheiro da Comissão de Ética Pública Milton Ribeiro, e na presença das autoridades e demais convidados, professor Paulo Borges teve a oportunidade de apresentar a Educação Metodista em seus ideais e princípios. Em sua fala, fez contribuições ao tema do debate à luz de questões e conceitos educacionais e da confessionalidade.

“O ser humano não nasce com o princípio ético inserido em seu ser, pois ele é moldado através dos relacionamentos com pessoas da sociedade onde nasce e vive. Nesses relacionamentos, o processo de aprendizado é fundamental e, em muitos casos, o ato de aprender é característica inerente à pessoa, à medida que o grupo social conhece e pratica valores que lhe são comuns”, disse o reitor para dar introdução a referências à necessidade de ações éticas práticas nas diferentes esferas sociais, sobretudo as escolas.

Após lembrar conceitos científicos sobre os termos “ética” e “moral”, o reitor falou à respeito da ética cristã. “É um sistema de valores fundamentados no Evangelho de Jesus Cristo, constituindo-se num conjunto de valores morais e vivenciais baseados na Bíblia, referência na qual o homem deve regular sua postura e conduta na sociedade. Nesse sentido, percebe-se a importância das instituições sociais como, por exemplo, a família, a igreja e a escola para a instrução e difusão dos valores éticos e morais fundamentados na Bíblia.”, explicou.

Professor Paulo Borges destacou que “a escola, contudo, é a instituição social que no mundo moderno assume  duplo compromisso: trabalhar a sistematização, transmissão e reconstrução dos saberes historicamente produzidos e, paralelamente, promover a formação ética dos indivíduos, na perspectiva da construção e consolidação da cidadania plena. Em função disso, a dimensão ética da relação professor-aluno merece especial atenção, notadamente quando se parte da premissa que o professor é um profissional que, ao invés de meramente transmitir saberes, é responsável pela mediação entre o conhecimento e o educando, o que se dá por meio de sua prática pedagógica”.

“Vale lembrar que ética não se ensina de forma isolada como uma disciplina qualquer. Ao contrário, ela perpassa todos os componentes curriculares, mostrando-se nas atitudes dos docentes e dos outros indivíduos que vivenciam a escola. Como parte da prática pedagógica na escola, a postura ética é condição essencial no processo educacional”, completou.

Educação construtiva

Contribuindo com suas experiências, professor Paulo Borges explicou que, na perspectiva de uma educação baseada em valores ético-cristãos, a Igreja Metodista estabelece, em suas Diretrizes para Educação, princípios que contemplam a construção de uma sociedade marcada por esses valores. Ele citou um deles: “Toda a ação educativa da Igreja deverá proporcionar aos participantes condições para que se libertem das injustiças e males sociais que se manifestam na organização da sociedade, tais como: a deterioração das relações na família e entre as pessoas, a deturpação do sexo, o problema dos menores, dos idosos, dos marginalizados, a opressão da mulher, a prostituição, o racismo, a violência, o problema dos toxicômanos, dos alcoólatras e outros”.

Trazendo para o âmbito político, o reitor lembrou que “o processo democrático brasileiro é muito recente e muitos são os imbróglios que tentam, sorrateiramente, desestruturar a construção de uma democracia sólida. Desta feita, o desafio de uma atitude ética recai, em primeiro lugar, sobre os governantes que atuam na administração pública. É por meio do procedimento ético que chefes de Estado e de governo não serão tentados a cair em atitudes não republicanas, as quais impedem qualquer projeto político democrático”.

Professor Paulo Borges ainda afirmou que “a dimensão ética da educação contribui para formar e construir o indivíduo em sua totalidade, principalmente no que tange aos seus valores, além de lhe permitir perceber-se como membro do grupo social. Por esse motivo, a ética não pode ser reduzida ao campo da teorização a respeito do agir moral. Ao contrário, ela é algo extremamente prático que preserva estreita relação com a ação dos sujeitos na sociedade, em seus diferentes contextos político, social, econômico, cultural, educacional, entre outros. Em função disso, a ética acaba assumindo efetivamente um caráter eminentemente coletivo”.

Ao final, o reitor da UMESP disse que “considerando que ética e moral são termos indissociáveis e que há relação inegociável entre ética e educação, é possível mensurar que só por meio da compreensão ética que se constrói no sujeito a capacidade de assumir as rédeas de sua vida, responsabilizar-se por suas escolhas e decisões, e agir de modo autônomo e esclarecido diante das contingências da vida. O espírito ético desperta na pessoa sua humanidade, a fim de que haja diálogo, tolerância e, sobretudo, uma cultura de educação e de paz”.

Ao retornar à Metodista, professor Paulo Borges afirmou que a instituição, como parte da Educação Metodista que está no Brasil desde o final do século XIX, “é construída com valores éticos, morais, nossa característica confessional extremamente marcante. Isso nos leva a situarmos em um nível de excelência, que acaba provocando esse tipo de convite para tratar sobre ética e educação em um seminário como esse.  Para a Metodista, porque não dizer também a Igreja Metodista, esse convite, muito honroso, é importante para compartilharmos nossos valores ético-cristãos e enfatizar a importância que a educação, desde as séries iniciais até o ensino superior, tem para a formação ética e moral da juventude”.

Da esquerda para a direita: Benedito Guimarães Neto, reitor da Universidade Mackenzie; Milton Ribeiro, conselheiro da Comissão de Ética Pública; e Paulo Borges, reitor da Universidade Metodista.

Esta matéria foi publicada no Jornal da Metodista.
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