Acessibilidade para deficientes visuais na internet é tema de trabalho de conclusão de curso
27/02/2014 15h01
ESTUDANTES SE APROFUNDARAM EM ASSUNTO AINDA POUCO EXPLORADO PARA VERIFICAR A VIABILIDADE DO DESENVOLVIMENTO DE UMSISTEMA WEB QUE UTILIZASSE A FALA COMO FORMA DE INTERAÇÃO COM O COMPUTADOR
A proposta do trabalho de conclusão de curso de Jéssica Arruda e Eduardo Custódio, recém-formados em Sistemas de Informação, foi demonstrar de que maneira a utilização da sintetização e do reconhecimento de voz em sistemas web podem contribuir para a acessibilidade de deficientes visuais na Internet.
De acordo com eles, “a utilização dessas tecnologias na web pode ser uma alternativa para os problemas enfrentados pelos leitores de tela (software utilizado pelos deficientes visuais para ler o conteúdo apresentado na tela do computador) que não conseguem ler o conteúdo de um site que não siga os padrões de acessibilidade”.
Para tanto, Jéssica e Eduardo utilizaram uma rede social básica que pode ser acessada do modo tradicional, com teclado e mouse, ou por comandos de voz. Entre as funções que o sis tema possui estão cadastro, alteração e exclusão de usuários, criação de posts e comentários, lista de amigos, entre outros. A ideia é que a rede social interaja com o usuário de maneira própria quando o comando de voz estiver habilitado, não havendo necessidade do mouse ou do teclado. Além disso, o sistema guia o usuário por meio da fala, sem que ele precise enxergar o que ocorre na tela.
Segundo Jéssica, “ao acessar a rede social, o próprio sistema fornece as opções que o usuário pode fazer naquela determinada página, usando a fala sintetizada e interpretando o comando dado pelo usuário com o reconhecimento de voz”.
Eduardo explica que, ao acessar a página inicial, por exemplo, o sistema pergunta “Você deseja utiliza comandos de voz?” e o usuário responde com “sim” ou “não”. Caso o usuário diga outra palavra, o sistema irá informar, sempre por meio da fala, que o comando é inválido. Assim, o usuário deve dizer “sim” ou “não”. Se ele disser “sim”, em seguida ouvirá: “Você deseja entrar, se cadastrar ou recuperar a senha?”. E é desta forma que ocorre toda a interação com o usuário.
Eduardo acrescenta ainda que todas as funcionalidades da rede social podem ser acessadas e utilizadas através de comandos de voz, com exceção daquelas que envolvem imagens, como o envio de fotos, pois seria necessário informar o caminho onde está localizado o arquivo.
O sistema
Para a parte de desenvolvimento de sintetização e de reconhecimento de voz, Jéssica e Eduardo utilizaram duas bibliotecas JavaScript gratuitas, dispo níveis para download nos sites dos respectivos fornecedores – MeSepeak API e a Google WebSpeech API –, embora estas sejam recentes e ainda estejam em fase de teste, não havendo extensa documentação e material a respeito. Eles afirmaram também que, durante a realização do trabalho, não havia outras bibliotecas que dessem suporte em português.
Entre os desafios, ambos ressaltaram que “foi um pouco difícil encontrar material, como livros e outros trabalhos com a parte teórica relacionada ao reconhecimento e sintetização de voz que apresentassem um conceito bem elaborado e de uma forma mais simples, pois a maioria do que foi encontrado era antigo e complexo”.
Gabriela Rodrigues
gabriela.rodrigues@metodista.br