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Ciência a favor da natureza

02/10/2013 10h55 - última modificação 02/10/2013 11h20

Estudantes analisaram estruturas e funções do ecossistema em área de Mata Altântica. Foto: Paula Lima

A Biomimética se inspira na natureza e traz soluções com design sustentável para resolução de problemas

 

Sustentabilidade não é mais novidade. Ouve-se falar de ações sustentáveis, de preservação, economia verde, entre tantos outros termos diariamente. Entretanto, notamos que o conceito de sustentabilidade ainda é muito voltado para a nossa espécie. Nós, seres humanos, buscamos criar condições para manter as próximas gerações no planeta.  Por outro lado, temos a razão de ser da criação deste termo, a própria natureza, que vai além, buscando condições favoráveis para a manutenção da vida como um todo.

A Metodista, por meio de seu Centro de Sustentabilidade, procura abordar a causa em sua forma mais ampla. Além de contar com professores e colaboradores das mais diversas áreas, o Centro também traz grandes nomes para contribuir, auxiliar e aprimorar o conhecimento a respeito do tema.

O italiano Alessandro Bianciardi, engenheiro ambiental com 17 anos de experiência na formulação e implementação de projetos de meio ambiente, energia e desenvolvimento, é exemplo disto. O profissional compartilhou sua experiência com alunos e professores do Curso de Engenharia Ambiental, além dos integrantes do Centro de Sustentabilidade.

A Biomimética

Alessandro é especialista em Biomimética, ciência que busca a inspiração em formas naturais, processos e ecossistemas para criar produtos com design sustentável.

“Pode ser entendida como uma ferramenta para você tomar decisões, uma ferramenta não somente para os engenheiros, mas para qualquer profissional tomar decisões baseadas na natureza, sendo inspirados pela natureza”, conta Alessandro.

E por que devemos olhar para a natureza? Segundo Alessandro, o surgimento da vida no planeta há 3,8 bilhões de anos possibilitou que a natureza testasse todas as estratégias possíveis durante a evolução do planeta. “O que permanece hoje, vivo, é perfeitamente adaptado aos cenários que nós temos atualmente”, explica.

O engenheiro ainda revela que, como um ramo da ciência, a Biomimética ainda é algo novo, desconhecido, porém seu conceito vem desde as culturas mais ancestrais, que sempre olharam para a natureza para resolver seus problemas.

Um dos exemplos mais conhecidos de Biomimética é o velcro, presente em roupas, bolsas, calçados, entre outros.  A descoberta iniciou-se quando um pesquisador suíço foi passear na floresta com seu cachorro, que voltou com várias plantas, popularmente conhecidas como ‘carrapicho’, grudadas no pêlo.  A análise de todas as estruturas que faziam as plantar aderirem ao corpo do cão foi feita e, após muitos estudos, criou-se o tão usado velcro.

Para Alessandro, “a principal questão para usarmos a Biomimética na resolução de um problema é chegar e perguntar para si mesmo: como a natureza resolveria esse problema, o que ela faria, o que não faria? E é provável que a natureza te dê várias respostas, não somente uma. É possível fazer a mesma coisa usando estratégias diferentes”.

E como aplicar a Biomimética?

Para conhecer mais sobre essa ciência na prática, Alessandro acompanhou os alunos do 1º ano do curso de Engenharia Ambiental para um estudo de campo no Pesqueiro Tomodatti, localizado em área de Mata Atlântica na Represa Billings.

No primeiro momento, foi realizada uma dinâmica, na qual os próprios alunos eram elementos do ecossistema. Assim, quando alguém se movia do grupo, os outros deviam se reagrupar para manter o equilíbrio. “Pudemos entender o equilíbrio da natureza e como qualquer movimento pode trazer consequências”, relatou a aluna Glaucilaine Barbosa.

Na segunda parte da visita os alunos deveriam buscar organismos pela Mata, observar suas estruturas e funções e sugerir soluções ou produtos sustentáveis com base nos conceitos de Biomimética.

As possibilidades são inúmeras, conforme explica Alessandro. Uma simples folha pode servir como exemplo para um plano de escoamento de água em um edifício, tendo como inspiração o sistema de nervuras das folhas.

“Achar o organismo e ver como isso pode se transformar em tecnologia é uma experiência bastante inovadora”, contou o aluno Paulo Colosso. Sua colega de turma, Ruth Gomes, concorda. “Aprender sobre a Biomimética nos traz um olhar mais amplo, de como a natureza faz as coisas e como nós podemos produzir da maneira mais natural possível.”

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