Projeto Tigrinho descobre talentos e forma cidadãos
18/11/2013 17h15
Atletas realizam avaliações de saúde com alunos dos cursos de Educação Física, Nutrição e Psicologia. Foto: Mônica Rodrigues
[ AÇÃO CONTA COM PARCERIA DA POLICLÍNICA METODISTA, QUE PRESTA ATENDIMENTOS DE SAÚDE GRATUITOS PARA ATLETAS
Cerca de 6.500 garotos têm a cada dia uma nova oportunidade. O Projeto Tigrinho, realizado por meio da Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo junto ao São Bernardo Futebol Clube, é um projeto sócio-esportivo que trabalha com crianças e adolescentes em escolinhas de futebol de São Bernardo do Campo. Mais do que futebol, cidadania é o princípio que norteia a ação.
É um trabalho multidisciplinar que aborda temas como drogas, violência, álcool, sexualidade, meio ambiente e sustentabilidade. Assim, mais do que promover a prática do esporte, contribui com aprendizado, relacionamentos sociais e familiares e, em caráter mais amplo, com a redução da violência. “Não estamos preocupados só em descobrir talentos. É um trabalho social, de oferecer oportunidades para essas crianças que se não participas sem seria provável que estariam nas ruas. Aqui, muitas vezes o professor se torna um membro da família deles”, revela Elvio Galdino de França, coordenador operacional do projeto.
O São Bernardo Futebol Clube, conhecido como “Tigre”, razão do nome Projeto Tigrinho, cede os uniformes, contrata e capacita os professores das escolinhas. A Secretaria de Esportes da Prefeitura cede os campos para os treinos, dá suporte pedagógico e material esportivo.
Parceria
O que já está dando certo pode melhorar. Nos mês de outubro, a Metodista se tornou parceira do Projeto, promovendo avaliações de 150 jovens atletas, da escolinha de futebol do Parque Seleta. O objetivo é identificar e orientar pais e alunos sobre os cuidados com a saúde.
“É um projeto de extensão no qual podemos atender a comunidade, mas também fazer a orientação de alunos dos cursos de educação física, nutrição e psicologia”, explica o médico da área de esportes da Policlínica, dou tor Marcelo Spínola. Ainda segundo ele, a ideia do projeto é simples e a grande contribuição é a oportunidade do acompanhamento gratuito por profissionais da saúde. “Trabalhamos com questionários, nos quais identificamos problemas que atrapalhem a prática de exercícios. Com as respostas, criamos orientações para os pais, coordenadores e professores do projeto.”
Acompanhados por professores, os alunos da Universidade atendem os atletas. “É o que procuramos, que os alunos tenham essa vivência prática”, conta o professor de Educação Física Roberto Ramunno. Na área, é feita uma avaliação física de flexibilidade e resistência.
“O incentivo ao esporte é importante em qualquer idade e na periferia existe essa carência. Com a avaliação é possível resolver falhas e ampliar o talento de cada um”, completa Roberto.
Na nutrição, é analisado consumo alimentar dos atletas para sugerir mudanças que contribuam com a manutenção e recuperação da saúde. Segundo a professora de Nutrição, Sue li Longo, “é uma experiência ímpar para os adolescentes que se mostram envolvidos com o processo por nunca terem recebido este tipo de atenção em saúde. Outro aspecto extremamente importante é a vivência do trabalho interdisciplinar que o projeto está propiciando aos alunos”.
Já na área de psicologia é analisado como o esporte contribui no desenvolvimento emocional e nas questões atitudinais. “Observamos as experiências de cada um, trabalhando questões motivacionais, o que desperta o interesse pelo esporte, o que eles idealizam e a importância da equipe na conquista do sucesso”, explica a professora do curso, Suzana Contieri.
O aluno Rafael Ribeiro está no segundo semestre de Educação Física e estagia na Policlínica. Ele conta que jogava na categoria de alto rendimento de uma escolinha e atender esses adolescentes contribui com a sua formação. “Além de aprender na prática, é algo próximo da minha realidade. Na minha época não existia o projeto, acho muito legal que hoje os atletas tenham essa oportunidade.”
Resultados
A contribuição dos atendimentos é imensa. “Muitos eventualmente tinham a chance de passar por uma consulta, realizar exames etc. Aqui já saem com os resultados”, explica Elvio. “O respeito, a integração e o companheirismo entre eles também é notável”, completa o coordenador.
Pedro Barbosa, professor da escolinha do Parque Seleta, concorda. “É importantíssimo. Vemos aqui a união do grupo. Além, claro, da parte da saúde, já que o acesso deles a fazer um exame é muito comprometido. Temos vários pais agradecendo e elogiando o projeto.”
Guilherme Neves, 12 anos, joga há três anos e estava pela segunda vez na Policlínica. “Está ajudando muito, é muito legal vir aqui. A gente acha que ir ao médico é chato, mas aqui é diferente.”
Como participar
As escolinhas recebem inscrições o ano todo. Para participar, é necessário estar matriculado em uma escola de São Bernardo do Campo, ser morador da cidade e ter autorização dos pais. A frequência escolar também é analisada e esse é o principal requisito para continuar participando.
Para mais informações, consulte www.saobernardofc.com.br/tigrinho ou entre em contato pelo telefone (11) 4330-8155. A sede do projeto fica na Av. Paula Afonso, 662 – Nova Petrópolis – SBC.
Paula Lima
paula.come@metodista.br