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Você. Dia quente, sorvete de baunilha com calda de frutas vermelhas. Mar.

08/05/2013

08/05/2013 11h22

Foto: Denise Adams

Imaginou? Este é o poder da leitura em criar imagens e sensações em nossa mente e mudar a forma como vemos o mundo

Uma recente propaganda veiculada na TV mostra uma família passeando
de carro. Cada vez que passam em frente de uma agência bancária, o filho mais novo lê pausadamente o nome de um banco. Até que, na terceira vez, a irmã chama a atenção dos pais: “Gente, o Dudu está lendo!”. Quem nunca fez como esse menino? Lia tudo o que via, não importava o que fosse, quando criança? “A criança tem prazer de ler. Ela vai à livraria, ela manuseia, ela troca. Ela lê porque descobriu que é por aquele caminho que descobre coisas do mundo”, comenta o professor Oswaldo de Oliveira, coordenador do Núcleo de Formação Cidadã (NFC).

No entanto, de acordo com o docente, há um momento no processo educacional que o prazer da leitura é rompido, sufocado no ser humano. “Parece que a questão da leitura está muito ligada ao processo de educação do Ensino Fundamental e principalmente do Ensino Médio, onde a leitura está estreitamente ligada àquilo que será cobrado nos processos de vestibular.”

Para Oswaldo de Oliveira, as pessoas leem por que “vai cair na prova” ou porque “vai cair no vestibular”. “Esse processo acaba levando o estudante a ter uma relação com a leitura muito pragmática e muito utilitária”, acredita o professor.

Um caminho de redescoberta

“[A leitura] passou a ter um significado negativo na vida das pessoas e com isso você tem manifestações de rejeição a ler”, comenta a professora Luci Praun, coordenadora do curso de Ciências Sociais. Para ela, este é um problema social, no qual há uma desvalorização da profundidade das relações, da profundidade do conhecer e a idéia de uma sociedade em que tudo é muito passageiro. “O conhecimento acabou sendo ressignificado muito fortemente nas últimas décadas para um conhecimento que sempre tem que ter finalidades práticas imediatas, uma utilidade. A ideia de utilidade está sempre ligada ao ‘como vou usar isso para fazer determinadas coisas?’”.

De acordo com Luci Praun, “não estamos falando de um conhecimento acadêmico só. Estamos falando de um conhecimento enquanto parte da prática humana e da curiosidade, de desvendar o mundo que está à nossa volta. A leitura pode nos auxiliar nisso”. E auxiliou.

Reginaldo Ferreira da Silva, mais conhecido como Ferréz, é escritor,
compositor, cantor e fundador da 1daSul – marca de roupa que, por meio do
Instituto 1DASUL, patrocina quermesses, festas comunitárias, shows de hip-hop, além de oficinas e palestras literárias. Para ele, “a leitura na minha
vida foi tudo. Por meio dela, saí do casulo e virei um novo homem. Já a escrita complementou o meu sentido de estar nesse planeta”.

Neste sentido, cada vez mais são realizadas ações de incentivo à leitura, sejam elas promovidas por organizações não-governamentais; veículos de comunicação, como rádios e jornais; shoppings, empresas e também pelo governo, como o Vale Cultura, do Ministério da Cultura, pelo qual o trabalhador – com ganhos de até cinco salários mínimos – receberá a partir de julho um cartão com R$ 50 que poderão ser utilizados na aquisição de livros e revistas ou para compra de ingressos de eventos como peças de teatro e cinemas.

Ler e Conhecer
Na Metodista, as iniciativas de incentivo à leitura ganharam mais um impulso com o projeto Ler e Conhecer. A professora Luci Praun, uma das idealizadoras da proposta, juntamente com os professores Oswaldo de Oliveira e Suze Piza, explica que o projeto tem o foco da leitura, que é o texto escrito. Porém, a docente ressalta que ele não se limita a isso. “A leitura aqui é como um todo: fílmica, musical etc. Ou seja, de que maneira a gente se relaciona com esse mundo e o lê. E, para lê-lo, precisamos de instrumentais, que se desenvolvem nesse contexto em que trocamos conhecimento”.

A professora diz ainda que não basta estar no mundo. É necessário saber quem somos nós nele e o que fazemos diante do mundo. Segundo ela, esse processo pressupõe a troca, a construção do conhecimento, o acúmulo de alguma forma da herança de conhecimento construída pela humanidade.
“As leituras, sejam elas do texto escrito ou não, vão contribuir para isso, porque são construções humanas que podemos nos apropriar e ressignificá-las”.

O professor Oswaldo de Oliveira completa: “Numa dimensão bem de Paulo Freire [um dos mais conhecidos educadores brasileiros], é retomar aquela prática da leitura do mundo e por esse caminho, o do livro, que é o inicial do projeto. Por meio desses instrumentos todos, aprender a ler o mundo, interpretar o que está se passando à nossa volta, aprender a projetar”.

Ainda neste semestre serão realizadas ações nas quais os alunos podem
participar. Para isso, basta doarem livros que não sejam didáticos ou manuais
usados em sala de aula. Há caixas disponíveis nos três campi – Rudge Ramos, Vergueiro e Planalto. “Esses livros não vão ficar num lugar trancado. Nesta iniciativa o livro não tem um dono. Ele é para a comunidade”.

Luci destaca que estes livros não são para a biblioteca. “A biblioteca tem
uma política para o abastecimento. Ela também está voltada para a comu
nidade, mas é outra natureza de atividade”.

Como andam as vendas
O surgimento dos e-books (livros digitais) e dos mais diversos aparatos tecnológicos para a leitura é uma tendência que vem crescendo significativamente. Em 2011, a Amazon, empresa multinacional de comércio eletrônico, declarou ter vendido mais e-books do que livros físicos. A comodidade da leitura e os preços mais acessíveis são considerados os atrativos desta tecnologia.

Entretanto, de acordo com o Censo do Livro, estudo realizado anualmente
pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE/USP) em conjunto
com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e com a Câmara Brasileira do Livro (CBL), o setor editorial apresenta crescimento, ainda
que pequeno, ano a ano.

“Sem dúvida nenhuma a tecnologia e as novas formas de veiculação dos textos modificaram o processo de leitura. Mas, ao contrário do que se pensa, ainda vemos muitos jovens com livros em ambientes públicos”, diz o coordenador do curso de Letras da Metodista, professor Silvio Pereira da Silva, que acredita que a tecnologia a serviço da educação é sempre positiva. “Creio que a tecnologia não deve ser encarada como um elemento negativo. Deve-se fazer dela uma aliada no processo de aprendizado da leitura”, completa.

A leitura no Brasil

Dados da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró-Livro e pelo Ibope Inteligência em 2012, mostram que há cerca de 88 milhões de brasileiros leitores, o que representa 50% da população (com mais de cinco anos de idade). O estudo considerou como leitores quem havia lido pelo menos um livro nos três meses anteriores a pesquisa.

Aumentar estes números e estimular a leitura se torna um desafio. Um
dos fatores-problema é a alta taxa de analfabetismo no Brasil. Segundo o professor, “não só temos o caso das pessoas que não tem acesso à escola,
como temos também aqueles que frequentaram os bancos escolares e não adquiriram as competências necessárias ao bom desempenho na leitura.
Creio que, para estimularmos as pessoas a lerem, precisamos prepará-las
para que possam ler adequadamente”.

Silvio ainda destaca que ler é um direito de todos e que a leitura tem papel
fundamental na formação intelectual e moral dos indivíduos em todas as idades. “Ler nos torna mais humanos, mais críticos, mais reflexivos em relação à sociedade e à vida em geral. A leitura permite a compreensão dos valores e também dos problemas humanos em qualquer fase da vida. Se precisamos da leitura na infância para desenvolver nossa capacidade de interpretar o mundo, isso não acaba com o crescimento e com o amadurecimento.”

Livros buscam leitores

Quem sobe as escadas do Centro de Convivência do Campus Rudge Ramos se depara com uma estante com os seguintes dizeres: “Livro perdido encontra
leitor”. Sim, qualquer pessoa pode ir até ali e retirar aquele que for de seu interesse.

Os livros estão identificados com um selo na capa com o nome da ação e uma etiqueta na parte interna com uma breve descrição e instruções ao leitor. A ideia da iniciativa é promover a troca pois, da mesma maneira que é possível retirar um dos livros, as pessoas podem deixar aquele que já leu para que outros façam o mesmo, inclusive deixando um bilhete dentro comentando sobre as impressões que teve da leitura.As estantes estão em pontos de grande circulação dos três campi da Universidade, como os centros de convivência.

O Ler e Conhecer continua arrecadando livros para que eles sejam incluídos no projeto “Livro perdido encontra leitor”. É importante lembrar que o intuito não são livros técnicos ou acadêmicos, mas aqueles voltados para literatura, de um modo geral.

No Campus Rudge Ramos, os livros podem ser depositados
em caixas, nos seguintes pontos:

Núcleo de Formação Cidadã – Edifício Beta.
Núcleo de Arte e Cultura – Edifício Sigma.
Redação Multimídia – Edifício Delta.
Edifício Ômega – Faculdade de Teologia (Fateo).
Também há a opção de entregá-los diretamente na Faculdade de Humanidades e Direito – Ed. Lambda - Sala 403, de segunda a sexta, das 8h às 12h e das 13h30 às 21h.

O Campus Planalto possui dois locais para onde os interessados
podem se dirigir:

Coordenação de Estágio: às segundas, terças, quintas e
sextas-feiras, das 7h às 12h e das 12h30 às 22h; às quartas-
feiras, das 16h às 22h.
Laboratório de Prática de Ensino, sala 516: de segunda a
sexta, das 15h30 às 19h30.

Já no Campus Vergueiro, a entrega pode ser feita na coordenação
dos cursos de Pedagogia e Letras - Sala VA- 206, de segunda a sexta, das 8h às 12h e das 13h30 às 21h.

Para mais informações sobre o Projeto Ler e Conhecer acesse o site: www.metodista.br/ler-e-conhecer.

O Projeto também está sendo levado aos polos EAD. Fique ligado no Portal e no Jornal da Metodista para mais informações.

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