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Metodista participa de campanha de combate ao tráfico de animais

Um balanço do trabalho apresentado pela Universidade Metodista de São Paulo aponta, entre outras descobertas, a existência de 127 espécies de aves no Núcleo Cubatão do Parque, 12 delas ameaçadas de extinção, e duas espécies de primatas, uma delas muito visada por caçadores.

04/04/2005 11h08 - última modificação 10/03/2006 12h58

A ECOVIAS, concessionária que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), e a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres – Renctas – lançam, no dia 5 de abril, o Projeto Guardiães da Fauna, uma campanha de combate ao comércio ilegal de animais, que será desenvolvida nas estradas que fazem parte do Sistema e nas escolas localizadas na área de abrangência da concessionária.

“Há três anos firmamos um convênio com a Universidade Metodista de São Paulo para desenvolver pesquisas no Parque Estadual da Serra do Mar. Esse projeto nos deu a possibilidade de conhecer mais profundamente os ecossistemas que formam a Mata Atlântica. Sabemos que aqui, apesar da destruição de boa parte da floresta, ainda vivem algumas espécies raras e em extinção, por isso decidimos apoiar a Renctas nessa batalha. Nossa intenção é mostrar a importância da preservação dessas espécies”, afirma Marcelino Rafart de Seras, diretor presidente do grupo EcoRodovias, holding que controla a concessionária.

Um balanço do trabalho apresentado pela Universidade Metodista de São Paulo aponta, entre outras descobertas, a existência de 127 espécies de aves no Núcleo Cubatão do Parque, 12 delas ameaçadas de extinção, e duas espécies de primatas, uma delas muito visada por caçadores. Nesta relação de espécies ameaçadas estão o Papagaio-de-Cara-Roxa e o Mono-Carvoeiro, um primata em extinção no mundo, que chega a ser comercializado no exterior por até 20 mil dólares cada animal. De acordo com a professora Waverli Neuberger, coordenadora do Núcleo e Agência Ambiental da Metodista, estima-se que só existam hoje cerca de 600 unidades dessa espécie no mundo.

Os dados da RENCTAS, uma Organização Não-Governamental que desenvolve projetos em todo o país desde 1999, mostram que o tráfico de animais é o terceiro maior comércio ilegal do mundo, movimentando cerca de 10 bilhões de dólares por ano (10% desse valor somente no Brasil), perdendo apenas para o tráfico de armas e de drogas.
Cerca de 38 milhões de animais, de acordo com a ONG, são retirados das florestas brasileiras anualmente, sendo que somente 10% deles chegam vivos ao seu destino. A crueldade com que são capturados e transportados é um dos fatores que contribuem para a manutenção desse quadro. Uma das práticas mais comuns é a utilização de anestesia para que os animais pareçam dóceis e mansos.

Já para esconder mais facilmente os animais da fiscalização, muitos traficantes furam os olhos de pássaros para que não enxerguem a luz do sol e parem de cantar.

Além da tortura praticada com os animais, o tráfico contribui para o desequilíbrio da cadeia alimentar e para a disseminação de doenças, já que muitos desses bichos trazem vírus e bactérias de seu habitat.

A campanha consiste na distribuição de 100 mil folhetos nos pedágios, além de 100 cópias de vídeos educativos e dois mil cartazes que serão distribuídos entre as escolas da região.

Outro alvo da campanha são os caminhoneiros, que, muitas vezes sem ter a exata noção do problema, acabam colaborando com a ação dos criminosos. “Eles são peças-chave nesse processo, já que, na grande maioria das vezes, são utilizados pelos traficantes para transportar os animais até os grandes centros e também para os portos, de onde são enviados para o exterior”, explica a professora da Metodista, Waverli Neuberger.

A escolha da RENCTAS para coordenar a campanha levou em consideração a experiência da ONG nesse tipo de trabalho e sua reputação como organização de reconhecimento internacional. Em 2003, seu fundador e diretor, Dener Giovanini, ganhou o prêmio da Organização das Nações Unidas (ONU) por desenvolver projetos de educação, pesquisa ambiental e conservação das espécies em extinção. Até então, o ambientalista Chico Mendes, assassinado por fazendeiros no Acre por seu trabalho em defesa da Floresta Amazônica, havia sido o único brasileiro a conquistar o prêmio.

Nesse trabalho de conscientização, cerca de mil voluntários, entre estudantes, professores, biólogos e veterinários promovem cursos de educação ambiental em todo o Brasil.

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