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Novo coordenador da Pós em Educação busca pesquisas multiprogramas

Prof. Marcelo Furlin já introduziu o seminário Educação & Comunicação para que as duas áreas “conversem” entre si

02/03/2018 16h05 - última modificação 08/03/2018 14h29

Prof. Furlin é docente na Metodista desde 2002

Abrir as fronteiras de um tema específico para o máximo de cenários possíveis como forma de partilhar conhecimentos e resultados é a principal missão a que se propõe o novo coordenador do Programa de Mestrado e Doutorado em Educação da Universidade Metodista de São Paulo, professor Marcelo Furlin. Ele já arregaçou as mangas e introduziu neste 1º semestre o seminário interdisciplinar Educação & Comunicação, com 15 módulos decifrando como as duas áreas podem se inter-relacionar.

“Nosso propósito é que o stricto sensu seja um espaço de pesquisa que fortaleça a identidade particular da especialização, mas que também tenha identidade múltipla, que replique em outras áreas do conhecimento”, diz o novo coordenador do PPGE, que a partir das duas linhas-matrizes de pesquisa do programa -- Formação de Educadores e Políticas e Gestão Educacionais – quer potencializar as temáticas e grupos de trabalho. Ele cita a tecnologia e a saúde, além da comunicação, como áreas de aproximação.

Professor Marcelo Furlin é doutor em Letras pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre em Comunicação e Letras pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. É professor titular da Metodista desde 2002, tanto no stricto sensu em Educação como nos cursos de Letras presencial e à distância, Tradutor e Intérprete, Teologia e Pedagogia, além do lato sensu em Língua Portuguesa e em Língua Inglesa. É também docente no Plano Nacional de Formação de Professores de Educação Básica (PARFOR), entre outros.

Acompanhe a entrevista que deu ao Portal da Metodista:

Quais os desafios do educador no século 21?
R - Nosso Programa de Pós em Educação consolidou-se nesses quase 15 anos priorizando pesquisa e formação docente. Agora, tendo em vista as emergências do século 21, o perfil do novo educador não é mais educar tendo o conhecimento como repertório definido e sedimentado. Agora impactam a forma como ele partilha os conhecimentos, como faz parcerias com outros docentes e alunos e como dialoga com o mundo a partir de sua área de pesquisa.

E a pesquisa, mudou?
R - Não existe mais pesquisa individual, mas sim pesquisa partilhada. Neste momento de mudanças no cenário mundial, do país e regional, o PPG em Educação volta os olhos para essas novas demandas. A educação hoje dialoga mais do que nunca com várias linhas de pesquisa. Mantemos algumas temáticas fundamentais no nosso programa, por exemplo, a Sociologia da Educação, a Filosofia da Linguagem e Educação, além de um tópico que estou agregando sobre Complexidade e Educação, pensando a educação na perspectiva dos sistemas, sejam econômicos, políticos ou sociais. São sistemas que se abrem e analisamos como o pensamento complexo ajuda principalmente a pensar com aquilo que é aparentemente o oposto. Se a educação tem essa função de “ligar o saber”, o pensamento complexo “liga e religa” isso – é muito interessante.

Como a explosão tecnológica é tratada no PPGE?
R - Outra temática que reforçamos com dois novos docentes é a de Tecnologias e Educação. Temos nessa área a professora Adriana Barroso Azevedo, que implementou na Metodista o Ensino a Distância, e agora dois docentes migram para as questões digitais. São os professores Cláudio Fernando André e Patrícia Margarida Farias Coelho. Professor André trabalha com Educação, Tecnologia da Inteligência e Design Digital, uma linha nova na perspectiva da tecnologia. Professora Patrícia vai além nessa perspectiva e inclui a internacionalização, por meio da qual existem parcerias com instituições do exterior também via tecnologia. Parcerias que são desenvolvidas in loco e a distância. Temos agora três docentes trabalhando nesse cenário da tecnologia como plataforma de ensino e como saber.

A tecnologia não é mais um instrumento externo, é parte da nossa vida. Antes a pensávamos como uma máquina de computador em cima da mesa, externo. Hoje o celular, que é um computador, foi totalmente incorporado à nossa rotina. O estudo desse tema é importante porque Tecnologia e Educação agora constituem uma coisa só. Não é que a tecnologia pode ser agregada: hoje é um sistema só.

Quais outros temas se inter-relacionam com educação?
R - Outra investigação nova inserida no programa é a psicologia escolar, com as professoras Denise Tardeli, que já era docente de Pedagogia da Metodista, e Cristina Miyuki Hashizume. Professora Denise trabalha com psicologia escolar no campo da moral na adolescência, enquanto professora Cristina atua com educação e saúde no trabalho. Um fenômeno hoje muito forte - o adoecimento de docentes - é uma linha que existe no nosso programa e agora temos uma docente que também “conversa” com esse tema. Tínhamos esse viés da psicologia escolar puxado do Programa de Pós em Psicologia da Saúde. Agora temos duas docentes que transitam por esse tema, o que tornará os projetos complementares e mais robustos.

Essas pesquisas já tiveram início?
R – O PPGE tem duas linhas básicas de pesquisa: Formação de Professores e Políticas Públicas. Essas linhas-matrizes serão dinamizadas em novos temas, que por sua vez serão transformados em novos grupos de pesquisa. Ou seja, são novos temas que irão revisitar nossas linhas de pesquisa e que formarão grupos de pesquisas partilhados.

Como é o partilhamento de pesquisas na Metodista?
R - Quero destacar que começamos neste 1º semestre de 2018 o oferecimento de atividades interprogramas. O Programa de Pós em Educação está oferecendo um seminário interdisciplinar que contempla Educação & Comunicação. Já temos turma em andamento cuja dinâmica prevê 15 encontros com 15 profissionais diferentes de educação e comunicação. Entenda comunicação nas mais diversas instâncias: social, digital etc. Vamos fazer a ponte entre comunicação e educação em questões emergentes da sociedade. No semestre que vem o Programa de Pós em Comunicação assume esse seminário em parceria com o Programa de Educação. Nossa intenção é que outros strictos formem novos seminários interdisciplinares. Talvez Educação & Ciências da Religião ou os quatro programas juntos. A intenção é oferecer ao aluno, principalmente o de doutorado, mais uma opção de pesquisa e também maior aproximação entre os programas.

O mercado fala muito em profissional multicompetente e eclético, o que é preenchido com especializações e MBAs do lato sensu. É possível formar esse profissional multitarefas no stricto, que foca mais a área acadêmica?
R - Isso ainda é um desafio. O stricto sensu ainda forma, como o próprio nome diz, profissionais restritos, com tendência para recortes muito isolados.

Qual a perspectiva de abrir esse leque?
R - Na graduação da Metodista já temos módulos. Essa estrutura modular prevê um trânsito mais natural para o multiconhecimento, tanto que na graduação temos temas, enquanto no stricto ainda são disciplinas. Qual a intenção? Que no stricto exista maior relação entre os programas para que a pesquisa seja mais complementar, que converse com outras áreas de conhecimento. Por exemplo: a educação conversa com todas as áreas. Educação não é só escola, é formação, assim como psicologia tem a ver com integridade humana, assim como comunicação tem a ver com interação. Nosso propósito é que o stricto sensu seja um espaço de pesquisa que fortaleça a identidade particular da especialização, mas que também tenha identidade múltipla, que replique em outras áreas do conhecimento.

Um espaço de pesquisa multidisciplinar é inclusive exigência da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).

R - Trata-se de um exercício muito interessante e que demanda certo tempo, porque ainda somos pesquisadores voltados para nosso foco, embora tentando fazer diálogos maiores, com outros cenários.

O seminário interdisciplinar Educação & Comunicação é um caso concreto de se abrir a outros cenários e no próximo ano planejamos um seminário internacional. Vamos oferecer palestras e atividades em outros idiomas, por meio de webaula, de Skype ou um pesquisador internacional que esteja no Brasil e que venha à Metodista falar sobre sua especialidade. Temos uma sala de webconferência que pode servir tanto para aulas presenciais como para transmissão online. Podemos fazer um seminário em língua espanhola para toda a América Latina e, para os demais países, em inglês. A Capes valoriza muito a preferência pela América Latina.

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