Caminhos para as novas exigências do setor público
As Escolas de Desenvolvimento dos Servidores Municipais são locais para o exercício educativo na gestão pública e para o treinamento das pessoas para as funções administrativas. Para a criação dessa escola poderia ocorrer uma articulação entre os municípios da região como forma de enriquecer a troca de experiência e diminuir a quantidade de recursos gastos.
Faltando três meses para as eleições municipais, o debate o desafio e a exigência colocada aos novos prefeitos e mandatos serão grandiosos. Faltam recursos financeiros, mas restam exigências dos setores sociais e econômicas para uma boa administração. A gestão está compreendida, nesse breve artigo, em seus mais diversos âmbitos de atuação em prol ao cumprimento do interesse público.
Os tempos são novos. Desenvolvido, principalmente a partir das experiências de defesa do consumidor e do meio ambiente, o cidadão agora quer falar, quer participar, quer escolher. Com isso a administração pública deixa de ser a tutora exclusiva dos “interesses” públicos a quem o “interesse” privado deve se curvar. É necessário agora gerir em conjunto ouvindo conselhos municipais, associações de classe, organizações não governamentais, ou seja, as mais diversas e legítimas formas da participação cidadã.
Muito mais do que transparência e honestidade, sempre exigido pelos cidadãos, existe a necessidade de um serviço público de qualidade. Para a determinação dessa qualidade dentro de uma gestão pública é necessário ouvir, por meio de estratégias participativas, o que e como os cidadãos desejam.
Com esses desafios (participação social e qualidade) muito mais do que estar armado por conceitos ideológicos “infalíveis” e “exatos”, vale a experiência de quem vive os problemas diários e a realidade que transpõe os mandatos: os servidores públicos.
Por outro lado, ao servidor público é necessário criar laços de compromisso e parceria com o governo eleito para cumprir sua função social com destaque e mérito. Sua postura passa a ser o de conhecer os objetivos e metas da administração pública e de produzir atividades eficientes, no sentido de que os resultados devam ser alcançados com os menores custos dos econômicos aos ambientais. Os servidores passam a ser um laço essencial entre a administração e o cidadão. Desaparece a figura do “servidor passivo” e surge a do “servidor ativo”, que conhece todas as suas atividades e procura manter os padrões de qualidade que são compartilhados.
Nesses novos tempos aumentam as exigências de formação técnica e profissional do servidor público. Além disso, exigem-se novas posturas, atitudes e habilidades perante o trabalho e, conseqüentemente ao cidadão. Assim, o funcionário da coletividade deve procurar a cada dia instrumentais necessários para aprimorar suas habilidades e conhecimentos.
Cabe aos governantes valorizar aos servidores, respeitando seu histórico e proporcionando condições para que estes ampliem constantemente seus conhecimentos. As Escolas de Desenvolvimento dos Servidores Municipais podem, aliando a relação entre governantes e servidores, ser instrumento para a colaboração em prol de uma finalidade comum: servir a sociedade com qualidade e eficácia.
*Anderson Rafael Nascimento é membro da Cátedra Prefeito Celso Daniel de Gestão de Cidades da Universidade Metodista de São Paulo e professor da Faculdade de Ciências Administrativas