Rodoanel causa impactos para o Grande ABC
09/03/2010 16h04 - última modificação 09/03/2010 17h43
Os sete municípios do Grande ABC estão ansiosos com os benefícios que o trecho Sul do Rodoanel podem trazer para as cidades, mas também, preocupados com os impactos negativos, principalmente, ambientais que possam atingir a região.
O trecho Sul do Rodoanel é prioritário, pois serão retirados cerca de 250 mil automóveis, ônibus e caminhões, por dia, das marginais. Além disso, vai auxiliar no acesso ao o porto de Santos, um ponto forte no desenvolvimento econômico do Estado.
No entanto, para realização da obra foi necessário impactar de maneira negativa o meio ambiente. Com a finalidade de construir uma ponte de 1,800 metros sobre a represa Billings, foram aterrados cerca de 30 mil metros quadrados da área do manancial de São Bernardo do Campo.
Ainda não é possível prever até que ponto a obra é prejudicial ao abastecimento de água de aproximadamente quatro milhões de habitantes. De acordo com o presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental, Carlos Bocuhy: “Do ponto de vista ambiental, é uma obra física que corta o caminho das águas e expande a metrópole. Isso causa a perda de qualidade de vida das pessoas”.
Após a finalização do anel viário haverá uma maior concentração de veículos nas vias da região, com prováveis congestionamentos, principalmente, em Mauá e Santo André. Na opinião do ambientalista, é uma obra que não elimina definitivamente o problema de obstrução de trânsito. “O governo deveria investir mais em transportes que atendam a uma demanda maior de pessoas e carga como, por exemplo, metrôs, trens. Isso contribuiria para a sustentabilidade das cidades”.
O trecho Sul terá cerca de 60 quilômetros em toda a sua extensão e sua entrega está prevista para o final deste mês. A obra inicia em Mauá, passa por Ribeirão Pires, Santo André, São Bernardo, Itapecerica da Serra, Embu e termina na Rodovia Régis Bittencourt.