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Região do Grande ABC não adere ao Dia Mundial Sem Carro

22/08/2009

24/09/2009 09h26 - última modificação 24/09/2009 15h05

O Dia Mundial Sem Carro não chegou ao Grande ABC. Apenas dois municípios da região planejaram ações específicas para a data, comemorada ontem em cerca de 2.000 cidades ao redor do mundo.

As prefeituras de Diadema e Ribeirão Pires informaram que terão redução na frota de veículos oficiais, distribuição de folhetos sobre educação no trânsito e plantio de árvores. Na Capital, estão previstas palestras e ações de concientização nas ruas.

O prefeito de Diadema, Mario Reali (PT), afirma que irá trabalhar a pé, caminhando cerca de um quilômetro e meio da casa dele até a sede administrativa. José Vicente de Almeida Moraes, secretário de Transportes de Ribeirão Pires, pretende pegar carona com colegas.

Ribeirão Pires informou que a "frota da administração municipal será usada apenas para serviços essenciais, e os servidores públicos serão orientados a deixar seus veículos em casa." Diadema afirma que está "realizando ações de conscientização sobre os impactos dos veículos no município", além de ter plantado 200 mudas de árvores.

Os prefeitos de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Mauá e Rio Grande da Serra não devem incentivar os moradores das suas cidades a deixarem os carros na garagem. A região tem uma frota estimada em 1.025.360 veículos, entre carros de passeio e motos, e convive diariamente com engarrafamentos e excesso de tráfego nos horários de pico.

Pesquisa recente mostra que o morador do Grande ABC que usa o carro como principal meio de locomoção perde, em média, 58 minutos por dia. Quem anda de ônibus fica uma hora e 48 minutos parado no trânsito.

O posicionamento das administrações é diferente do que ocorreu ano passado, quando três cidades aderiram à campanha. Candidatos à reeleição, os prefeitos de São Caetano, José Auricchio Júnior (PTB), e de Riberião Pires, Clóvis Volpi (PV), fizeram caminhadas até seus gabinetes. João Avamileno (PT), prefeito de Santo André, andou de bicicleta. Na Capital, o Dia Mundial Sem Carro é marcado por uma série de palestras, mas não haverá reforço no transporte público, por isso a quantidade de veículos a menos na rua não deve ser significativa. Em 2008, 100 mil paulistanos deixaram o carro na garagem.

"Cem mil carros a menos é pouco”, diz Maurício Broinizi Pereira, secretário-executivo da ONG Nossa São Paulo, uma das organizadoras da campanha. “Nosso objetivo central são os debates sobre os problemas do trânsito.”

Para Cristina Baddini, especialista em trânsito, a campanha chama a atenção para a poluição, problemas de saúde relacionados ao tráfego e o uso de outros meios de transporte, como ciclovias.TL O movimento do Dia Mundial Sem Carro surgiu na França em 22 de setembro de 1997. Três anos depois, a União Europeia instituiu a campanha Na Cidade, sem meu Carro, que reuniu 760 cidades. Em 2001, o número de municípios participantes subiu para 1.683.

Neste mesmo ano, a iniciativa chegou ao Brasil, com a adesão de 11 cidades. São Paulo participou do movimento pela primeira vez em 2005. Nos últimos três anos, o número de municípios brasileiros participantes caiu. Em 2007, foram 61; em 2008, 39; este ano, são 26, segundo a ONG Rua Viva, uma das organizadoras.

O principal entrave para a participação popular na campanha, segundo especialistas, é a falta de alternativas de transporte. Pesquisa do Ibope divulgada sexta-feira mostra que 78% dos entrevistados na Capital paulista deixariam de usar carro se o transporte público fosse mais eficiente .


Fonte: Diário do Grande ABC

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