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Queda na desigualdade social é alerta para ABCD

07/08/2009 11h31

As notícias de que a pobreza diminuiu no Brasil durante o período de crise financeira mundial e que o índice Gini, que mede a desigualdade social do País, chegou ao seu menor patamar em junho deste ano servem de alerta para o ABCD. A indicação é do coordenador do curso de gestão pública da Universidade Metodista de São Paulo, Anderson Rafael Nascimento.

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Para o professor, os resultados da pesquisa divulgada nesta terça-feira (04/08) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), que apontou a melhora histórica da condição de vida dos moradores das principais regiões metropolitanas do País, não devem fazer a Região esquecer as discussões sobre a criação do novo modelo econômico brasileiro.

“Do ponto de vista regional, o que está lançado para o ABCD e para o Brasil é o desafio de repensar o modelo de fomento à industria. Além disso, pensar a ampliação de políticas de fomento ao setor financeiro, ampliando o acesso ao crédito, e a criação de banco populares. Por último romper com modelo neoliberal, que causou a crise e propiciou seu questionamento”, opina.

Para Anderson, uma política industrial mais agressiva, com a aquisição de ativos de empresas internacionais com sede no País, a exemplo do que aconteceu com a Índia nos últimos anos, fortaleceria o ABCD.

Mais do que nunca, as discussões sobre a economia regional, o potencial industrial dos municípios e o fomento ao crédito para micro e pequenas empresas também devem estar na pauta dos governantes. “Outra proposta é trabalhar a micro produção, o desenvolvimento endógeno da Região. Pela sua posição estratégica, o ABCD está sempre olhando para fora. Temos que fomentar ações relacionadas à economia solidária, ao cooperativismo, ao micro e pequeno empreendedor, afinar a economia da Região e depois articular com o ambiente externo”, indica.

Participação – O especialista também concorda com o argumento destacado pelo presidente do Ipea, Márcio Pochmann, na divulgação da pesquisa desta semana. Pochmann afirmou que a redução da pobreza no País "pode estar relacionada tanto à perda de valor real das maiores rendas do trabalho como à proteção do conjunto dos rendimentos na base da pirâmide ocupacional nas regiões metropolitanas".

O coordenador da Metodista aponta que a crise atingiu em cheio o setor industrial e a classe média, principalmente gestores e profissionais especializados. Para ele, os trabalhadores do chão de fábrica só correm risco se a própria produção cair. Por outro lado, Nascimento defende a interferência do Estado na disputa entre a força de trabalho e o capital.

“O Estado precisa interferir na dinâmica da economia, criar sistemas de proteção social. Com o aumento das parcelas do seguro-desemprego, por exemplo, você fomenta o ciclo econômico e garante que o recurso volte para economia. Esta crise demonstrou que o Estado atuante no mercado volta a ser necessário”, afirma.

Destaque da pesquisa do Ipea, as políticas públicas de distribuição de renda, como o Bolsa Família, se apresentam como essenciais para a diminuição da pobreza no Brasil. As medidas são uma das principais responsáveis pela estabilidade econômica da classe que forma a base da pirâmide social brasileira. “Mesmo que no curto prazo pareçam assistencialistas, estas políticas têm resultados incríveis no longo prazo”, destaca Nascimento.


Fonte: ABCD Maior

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