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Movimento pelos direitos da população em situação de rua de São Paulo realiza palestra sobre maioridade penal

Com realização do Movimento pelos direitos da população em situação de rua de São Paulo, e apoio do Sindicato dos Comerciários de São Paulo e "O grito silencioso - de olho nas crianças e adolescentes de rua", o evento debaterá a polêmica questão da maioridade penal.

14/05/2009 08h57 - última modificação 21/05/2009 09h20

A droga entre os jovens de rua

A falta da família ou da escola e de um sistema de saúde eficaz contribui, e muito, para o aumento do consumo de drogas nas ruas das capitais brasileiras. O V Levantamento sobre o Uso de Álcool e Drogas entre Crianças e Adolescentes em Situação de Rua, apresentado nesta quarta (24/11) em Brasília, é contundente. Tanto os governos municipais, estaduais e federais como a sociedade em geral ainda não conseguiram oferecer soluções adequadas para a diminuição do consumo de cigarro, álcool e drogas ilícitas. A pesquisa desenvolvida pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas da Universidade Federal de São Paulo, e financiada pela Secretaria Nacional Antidrogas com a Organização dos Estados Americanos, revela novos números de um velho problema. Dos 2.807 jovens entre 10 a 18 anos entrevistados - todos estão sendo atendidos por algum tipo de programa de auxílio e, portanto, consomem drogas em menor ou maior grau - grande parte (68,7%) ainda mora com suas famílias ou vai à escola (55,8%) apesar de viverem na rua. Dentro desse universo de jovens com algum tipo de laço familiar, o consumo freqüente de drogas é bem mais baixo (19%) que no grupo que já abandonou a casa e os estudos (72,5%). A maioria dos entrevistados admite que o álcool e o cigarro já façam parte da vida deles antes mesmo de irem para as ruas. Em alguns casos, o consumo de drogas foi o motivo que levaram essas pessoas a abandonarem a família. Muitos atribuem à violência dos pais e de parentes, o motivo de começaram a se drogar. Pela pesquisa da Unifesp também fica claro que todos os jovens de rua usuários de algum tipo de droga estão conscientes dos riscos que esse ato pode trazer para a saúde. Dos entrevistados, 54% disseram estar preocupados com a saúde e 19% admitiram medo de se viciar. Um pouco menos da metade da mostra (44,3%) tentou parar pelo menos uma vez. Menos de 1% dos entrevistados se sentem seguros em procurar o sistema público de saúde. Nem mesmo as ONGs, mostra o estudo, estão atuando com freqüência nesse problema. O levantamento mostrou que das 70 instituições não-governamentais cadastradas em 1997 para trabalhar com a questão do consumo de droga entre os jovens que vivem na rua, apenas 11 continuavam atuantes em 2003. Para Ana Regina Noto, professora da Unifesp e coordenadora do trabalho, o investimento em políticas públicas contínuas é uma das saídas para que o problema possa ser melhor enfrentado.

 

situacaoderua@yahoo.com.br

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