Movimento Nossa São Paulo reúne candidatos para falar sobre educação
14/05/2009 08h57 - última modificação 21/05/2009 09h20
Cerca de 250 pessoas estiveram presentes no encontro que reuniu candidatos e representantes para falar do tema educação, nesta terça (9/9), no Sesc Consolação. Os componentes da mesa foram convidados a falar sobre as 14 propostas para melhorar o ensino formuladas pelo GT de Educação do Movimento, com base nas sugestões da sociedade civil. Todos ressaltaram a importância de ser formulado o plano municipal de educação e com a participação da sociedade e de todos os envolvidos: professores, pais e alunos.
O primeiro a falar foi o candidato Ivan Valente (PSOL), conforme sorteio. Ele enfatizou que para levar adiante as metas e diretrizes traçadas pelos planos nacional e municipal de educação é preciso recursos. “O grande debate hoje do PNE e do Plano Municipal de Educação [são os recursos], além de discutir a gestão democrática da educação, a participação popular, a capacidade de pressão da sociedade civil. Se não, sai plano e ele não é cumprido.”
A candidata Soninha Francine (PPS) ressaltou que diante do desafio de apresentar metas de governo em 90 dias, como prevê a Lei Orgânica, pretende compartilhar as decisões com a própria sociedade, com os profissionais da educação e especialistas. “Embora a gente precise ter metas universais que digam respeito a todo o sistema de ensino na capital, vamos ter que analisar alguns dados especificamente. Avançar mais na autonomia de cada escola para desenvolver o seu projeto."
O candidato Edmilson Costa (PCB) afirmou que é preciso envolver a população nesse debate. “Por isso os conselhos populares de educação vão ter papel fundamental na construção do plano municipal de educação. De forma que esse plano tenha conteúdo e aderência àqueles que são os beneficiados do processo de educação.”
A ex-secretária municipal de Educação, Maria Aparecida Perez, que representou a candidata Marta Suplicy (PT), destacou que o debate sobre o plano municipal de educação é importante para definir qual o papel que a sociedade paulistana quer para a escola. De acordo com ela, além dos conselhos de educação, é preciso criar outros modelos de acompanhamento por parte da sociedade civil. “Na nossa proposta de governo tem a criação de um conselho pedagógico, um espaço permanente de debate de políticas educacionais, de reflexão, para que a gente não caia no imediatismo só do dia-a-dia da secretaria, para rediscutir o que é a autonomia da escola e as formas atuais de como as escolas estão organizadas.”
Já para o candidato Renato Reichman (PMN), educação é uma questão de escolha, que os pais priorizam em suas casas. E com o gestor público não pode ser diferente. Por isso, todas as crianças precisam estar na creche, que é obrigação exclusiva do município. Além disso, segundo ele, é importante descentralizar as decisões. “A execução de políticas tem que ser na subprefeitura, na escola inclusive. Não dá para homogeneizar e pasteurizar tudo e falar: ‘bom, o currículo tem que ser exatamente o mesmo, a maneira de ensinar a mesma’.”
O secretário Municipal de Educação, Alexandre Schneider, que representou o candidato Gilberto Kassab (DEM), lembrou que o momento atual de preparação para o plano começou nesta gestão e, por isso, há o compromisso de continuidade. De acordo com ele, para ampliar o número de vagas em creches, o atual prefeito e candidato pretende ampliar os convênios com a iniciativa privada, pois se fosse construir novas unidades seriam necessárias 600 e “isso seria praticamente inviável”. No caso da educação infantil, planeja construir 80 novas unidades, a um custo de R$ 240 milhões, “para garantir período de 6 horas e vagas para todo mundo”, afirmou o secretário.
Para o ex-ministro da Educação, Paulo Renato, representante do candidato Geraldo Alckmin (PSDB), é preciso colocar ênfase na melhoria da aprendizagem dos alunos. Todos os indicadores de processo, como a qualificação e os salários dos professores, as condições das escolas, o acesso a livros e a escolas vêm melhorando, mas a aprendizagem dos alunos se mantém. “Nosso desafio, se queremos nos transformar num país mais justo e num país mais desenvolvido, é melhorar os índices de aprendizado de nossos alunos e, portanto, esse resultado dos processos de avaliação precisam ser trazidos para o centro da política educacional”.
Algumas integrantes do GT de Educação do Movimento avaliaram como positivo o debate. Leia abaixo alguns depoimentos:
“O debate é importante para que a população possa perceber a desigualdade de informação entre os candidatos e os partidos e com o quê cada um está comprometido, qual a prioridade da educação para uma cidade como São Paulo. Prioritariamente traz para nós moradores da cidade e para o movimento condições de avaliar e depois de construir as metas e as nossas propostas de monitoramento desse próximo governo que vem aí.”
Salete Camba, do Instituto Paulo Freire
"Eu acho que foi um debate importante pelas figuras centrais que participaram e por a gente ter conseguido reforçar a importância do plano municipal de educação que é nossa principal bandeira e de alguma forma nós conseguimos comprometer todos os candidatos com a continuidade do plano.”
Vera Masagão, da Ação Educativa
“Nós saímos satisfeitos, por que, ainda que as propostas sejam um pouco genéricas, a discussão avançou, aprofundou, foi uma discussão qualificada.”
Maria Alice Setúbal , do Cenpec