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Metodista discute capitalismo, crise e América Latina

14/05/2009 08h57 - última modificação 21/05/2009 09h20

O primeiro debate do 4º Encontro de Movimentos Populares e Cidadania, que aconteceu na manhã desta terça-feira (05/06) no campus Rudge Ramos da Universidade Metodista, em São Bernardo, colocou em discussão capitalismo, crise financeira, e as alternativas da América Latina, dos movimentos populares e da esquerda em saírem fortalecidos do novo cenário global.

O professor Luiz Silvério Silva, da Faculdade de Administração e Economia, falou sobre as circunstâncias dos países da América do Sul, e o que levou nomes como Luiz Inácio Lula da Silva, Evo Morales e Michelle Bachelet à presidência. “Não por acaso temos um bloco de autoridades executivas que são historicamente comprometidos com os movimentos populares. As fomentações políticas das décadas 1960, 1970 e 1980 nos propiciaram isso, em meio a uma repressão que de ditabranda não tinha nada” disse.

Para Silvério, os países da América Latina vivem uns dos melhores momentos para a criação de um bloco capaz de competir economicamente, em especial pela grande quantidade de recursos naturais que possuem, com grandes potências.

Palestrante da mesma mesa, o professor Marcelo Buzetto, da Faculdade de Humanidades e Direito, defendeu a Alba (Alternativa Bolivariana para as Américas) , modelo de integração para os povos da América Latina e Caribe que se contrapõe à Alca (Área de Livre Comércio das Américas), proposta de um mercado comum americano defendido pelos Estados Unidos. “A América Latina recebe extrema atenção porque possui grande quantidade de recursos naturais, que são vitais para a sobrevivência do capitalismo. Sem integração, se torna inviável a preservação dessas reservas” argumentou Buzetto.

O professor ainda usou de dois trocadilhos para explicar o que ele considera como ‘oportunismo financeiro’. “Vemos uma crise do capitalismo, não do capitalista. E o capitalismo vive na crise da crise. É preciso ficar atento” disse.

A professora Magali Cunha, da Faculdade de Teologia, encerrou os debates da manhã dessa terça com a discussão sobre os desafios da teologia-americana frente à globalização neoliberal. Para Magali, a globalização e mundo sem fronteiras mascaram o novo imperialismo, argumentando que só não existem fronteiras para o livre mercado.

Cerca de 80 pessoas participaram dos debates pela manhã. Às 19h30 os palestrantes discutiram cooperativismo e economia solidária também no campus Rudge Ramos.

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