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Crianças de rua estão em 116 pontos na região

14/05/2009 08h57 - última modificação 21/05/2009 09h20

As crianças em situação de rua do Grande ABC estão espalhadas por 116 pontos na região. O mapeamento é resultado da primeira fase do Projeto ABC Integrado apresentado, ontem, no campus Rudge Ramos da Universidade Metodista, em São Bernardo.

Na contagem inicial divulgada no início de junho foram identificados 82 locais públicos, o número subiu depois que prefeituras e conselhos tutelares indicaram novos pontos que foram confirmados pelos pesquisadores. Os endereços não foram informados para não comprometer o andamento da pesquisa.

Santo André continua com o maior número de concentrações (subiu de 29 para 37), seguido por São Bernardo, que passou de 19 para 27. Em Diadema foram identificados 20 locais (sete a mais do que na primeira contagem). São Caetano surpreendeu os pesquisadores ao apresentar o dobro do número de pontos da primeira visita - saltou de oito para 19 (a Prefeitura foi procurada para comentar o assunto, mas não retornou ao pedido de informações).

Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra mantiveram os indicadores com oito, três e dois locais, respectivamente.

A encarregada de atenção à infância e adolescência de Santo André, Andréa Couto, explicou que o alto número de pontos no município se deve a presença de garotos do bairro São Mateus, em São Paulo.

Coordenado pela Fundação Projeto Travessia e Universidade Metodista, o ABC Integrado visa traçar políticas públicas integradas para lidar com a população de rua com base nos dados apresentados.

A pesquisa ainda identificou que cerca de 47% das crianças e adolescentes encontrados nos 116 pontos ficam no entorno de corredores de comércio, bares e restaurantes, enquanto outros 12% se concentram próximos aos paços municipais, em praças e calçadões. A maioria deles aparece às sextas-feiras no período da tarde.

Finalizada a primeira etapa, o Projeto ABC Integrado avança, no início de agosto, para a contagem de crianças e adolescentes. No próximo passo, em setembro, o projeto vai traçar o perfil dos jovens.

Responsável pelo Projeto Meninos e Meninas de Rua em São Bernardo e Diadema, Marco Antônio da Silva também aponta a mesma necessidade. "O Brasil é um País cruel, onde trabalha-se quando criança e na vida adulta sofre com o desemprego. O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) já completou 18 anos e a hora é de promover políticas públicas."

- Garotos ganham R$ 25 por dia em cruzamento de Santo André
Na esquina da Rua das Monções com a Avenida Dom Pedro II, no Centro de Santo André, quando avistam um veículo que pretendem abordar, os garotos anunciam em voz alta o modelo do carro para os outros colegas e passam a fazer número de malabares para o motorista.

A preferência é decidida no grito, mas é respeitada. Nenhum outro garoto atravessa.

No fim da tarde de ontem, cinco meninos, entre 13 e 17 anos, disputavam a atenção e pediam trocados na esquina.

Os garotos disseram à reportagem que são todos moradores de Santo André, de lugares como os jardins Irene e João Ramalho. Garantiram que freqüentam a escola e, para aumentar o orçamento doméstico, fora do horário de aula, pedem dinheiro na rua.

"Estou aqui há dois anos. Antes engraxava sapato nessa mesma rua, mas dava menos dinheiro", disse um dos garotos, que tem 16 anos. Chegam no local por volta das 19h e, em média, conseguem R$ 25 por dia. (Supervisão de Samir Siviero)


Fonte: Diário do Grande ABC

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