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Coordenador Administrativo da Cátedra é fonte em matéria da Gazeta de Ribeirão Preto

Anderson Rafael Nascimento foi entrevistado para a máteria a seguir sobre o perfil ideal do administrador público.

14/05/2009 08h57 - última modificação 21/05/2009 09h20

Formação superior

Gazeta começa a discutir, um a um, os fatores que definem o perfil de um prefeito ideal, segundo especialistas


IGOR SAVENHAGO
Gazeta de Ribeirão
igor.savenhago@gazetaderibeirao.com.br

Profissionalizar a gestão, compreender as necessidades locais sem esquecer dos problemas regionais, nacionais e internacionais, ter uma visão mais ampla da realidade política, preparando a cidade que governa para os desafios do futuro, preparar-se para buscar resultados rápidos, montar uma rede de relacionamentos confiável e saber ouvir todas as entidades envolvidas na discussão sobre o desenvolvimento econômico e social. Estes pontos, na visão de especialistas, seriam os diferenciais para um prefeito com formação em administração pública ou administração de empresas com pós-graduação em gerência de cidades.

A partir desta edição, a Gazeta começa a discutir, um a um, todos os fatores citados por estudiosos em reportagem do último domingo que ajudariam a definir o perfil de um administrador ideal para Ribeirão. Pela ordem, o primeiro tema é a importância da formação universitária para aqueles que almejam ser o homem forte da cidade nos próximos anos. Há pouco mais de um ano das eleições municipais de 2008, Ribeirão se depara com dificuldades que devem se acentuar se o gestor público não estudar soluções imediatas.

Segundo Anderson Rafael Nascimento, formado em Administração Pública pela Unesp de Araraquara e professor de cursos de especialização em gestão de cidades da Universidade Metodista, na capital, formação superior em áreas voltadas ao estudo dos problemas urbanos se constitui numa ferramenta do político para permitir tomada de decisões coerentes e resolução dos dilemas que afetam a administração pública.

"As interferências na infra-estrutura de um município devem levar em consideração a cultura local, ou seja, as opiniões de entidades, associações e outros grupos que participam das discussões sobre os rumos que a cidade vai tomar e que, muitas vezes, assumem funções que deveriam ser do poder público", afirma.

"O prefeito tem que estar preparado para compartilhar poderes, saber que a prefeitura não é a única definidora de mudanças. Toda a sociedade precisa ser incluída neste processo. Além disso, um administrador público tem que se perguntar a todo momento: que cidade queremos no futuro? E estar pronto para projetá-la como modelo de conservação dos recursos naturais do planeta".

Nesse contexto, a formação universitária contribuiria para profissionalizar a gestão. "As políticas públicas não têm continuidade no Brasil por causa da divergência de partidos. Um prefeito que acaba de assumir geralmente não dá seqüência ao trabalho iniciado pelo anterior. Com a profissionalização, haveria uma possibilidade de mudança nesse quadro. Sabemos que é difícil, já que envolve muitos interesses, mas não impossível", acredita.

Na opinião de Marcelo Soares, coordenador de projetos da ONG Transparência Brasil, em São Paulo e uma ampla atuação contra a corrupção em todo o país, a formação superior em gestão pública é útil se der ao prefeito embasamento para entender que deve fazer uma prestação de contas radical e facilitar o acesso do cidadão a informações relativas à administração municipal.

"Uma vez, fizemos uma pesquisa e algumas cidades do Brasil demoraram até cinco dias para disponibilizar o seu orçamento anual, que é um documento público. Na mesma época, pedi informações ao Ministério das Finanças do Canadá e recebi a resposta em meia hora", declara.

Consultores apontam perfil

Consultores de Recursos Humanos também acreditam que a formação superior em áreas voltadas à gestão pública seria um fator diferencial para a construção do perfil ideal de futuros prefeitos. Questionados sobre quais os pontos levariam em conta se tivessem que contratar um prefeito, citaram vários, como experiência, resultados anteriores, liderança, capacidade de comunicação e relacionamentos, mas destacaram, também, as vantagens da formação universitária.

Para Mônica Loss, consultora, o curso superior alimenta a postura empreendedora e colabora para uma visão estratégica de futuro, caracterizada pela busca constante de resultados. Ela afirma, ainda, que é imprescindível que os novos políticos conheçam pelo menos mais um idioma. "A região recebe, com freqüência, líderes internacionais. O prefeito tem que estar preparado para recebê-lo e tratar de assuntos internacionais direto com eles".

Mônica enxerga a administração de uma cidade como a de uma empresa. "O modelo é semelhante. Nos dois casos, deve haver uma busca por melhorias e uma gestão profissional representa um avanço. Diante disso, não acho tão importante o administrador ter um histórico político. Precisamos de mentes novas".

Tatiana Lima pensa um pouco diferente. Para ela, um prefeito com experiência em política pode conhecer mais as necessidades da cidade que um profissional com formação superior, mas concorda que um curso universitário auxilia na busca por uma administração ética e dinâmica.


FONTE: Gazeta de Ribeirão

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