Colóquio discute a promoção de políticas públicas para igualdade de gênero
13/10/2009 09h03
A Cátedra Gestão de Cidades realizou no último dia 7 o colóquio sobre “O Legislativo local e a perspectiva de gênero nas políticas públicas da região do ABC” com a coordenadora do movimento de mulheres do ABC, Cristina Pechtoll.
Cristina destacou as dificuldades que as mulheres enfrentam no mercado de trabalho. Segundo a palestrante, para as mulheres atingirem cargos e salários masculinos será preciso mais 70 anos. O dado revela a necessidade de promover a igualdade entre homens e mulheres. “Esta responsabilidade cabe às pessoas, à sociedade civil e aos governos através de ações afirmativas e políticas públicas”, explica.
Há dois tipos de políticas de gênero. As com ênfase no desenvolvimento focam as mulheres atingidas pela exclusão, como negras, mães solteiras e chefes de família. “O aumento da capacidade produtiva das mulheres incide diretamente para quebrar o ciclo da pobreza”, conta a pesquisadora. Já as com ênfase nos direitos visam retirar a mulher da invisibilidade, elevando-a a sujeito com inclusão no espaço de cidadania, e fortalecer a participação das mulheres em espaços de poder e de decisão de políticas, nos quais elas possam disputar recursos, tenham voz nos mecanismos de controle social e possam também decidir a respeito das prioridades de governo.
Os organismos administrativos governamentais responsáveis por operar as políticas públicas de gênero são a Secretaria de Políticas para as Mulheres, os Conselhos Nacional e Estaduais dos Direitos das Mulheres e as Coordenadorias, Assessorias e Núcleos de Políticas de Gênero Municipais.
Na região do ABC, Cristina apresentou exemplos de ações públicas na cidade de Santo André, como o Centro de Referência à Mulher em situação de Violência - Vem Maria; a Casa Abrigo Regionalizada Para Mulheres em Risco de Morte e a GTIS (Geração de Trabalho de Interesse Social) que dá prioridade às mulheres chefes de família e pessoas negras.