Cátedra Gestão de Cidades lança dois livros
04/11/2009 13h53 - última modificação 04/11/2009 15h31
A Cátedra de Gestão de Cidades, da FAE-Metodista, lança duas obras que abordam os temas da gestão, das identidades urbanas e das políticas públicas. A primeira, denominada Políticas Públicas: construção, fortalecimento e integração, é publicada pela Editora Metodista, com a organização dos professores Luiz Roberto Alves e Anderson Nascimento. A segunda, sob o nome Cidades, identidade e gestão, sai pela Editora Saraiva e tem a organização dos professores Luiz Roberto Alves e Marcelo Carvalho. Ambas são destinadas à leitura de gestores públicos, lideranças comunitárias e estudantes das diversas especialidades da gestão pública.
Políticas Públicas: construção, fortalecimento e integração
Políticas Públicas: construção, fortalecimento e integração é um trabalho coletivo que resultou do Seminário Internacional de Políticas Públicas Integradas de 2008, realizado pela Cátedra na UMESP. Trata-se de 18 (dezoito) textos de pesquisadores residentes em vários Estados do Brasil e que contribuem com as administrações das cidades brasileiras sob vários ângulos: da participação (tema básico) à identidade social, da revitalização urbana aos projetos de emprego e renda, do empreendedorismo à questão dos recursos hídricos. Na sua introdução, os organizadores mostram que tratar de todas essas questões, importantes para a formulação de políticas públicas, “ é um ato científico e político que perfaz os sentidos da necessidade associado à compreensão mais eficaz dos fenômenos quando vistos em espectro mais amplo”. Noutras palavras, estudar as questões urbanas é ação prática, pois indica caminhos da experiência e da formulação de inovações que podem ser aproveitados pelos gestores e pela comunidade. Num momento em que se deve pensar o próprio planeta como nossa comunidade ameaçada, todas as comunidades onde se busca construir a vida são cúmplices do projeto global e sua melhor gestão contará pontos no esforço maior da sustentabilidade e do bem público. Dizem também os organizadores que “... os textos do livro recobrem três dimensões importantes para as políticas urbanas: a importância de considerar a necessidade social, onde quer que ela se apresente; a assunção do fato de que o destino humano está entrelaçado, do local ao global; o reconhecimento de que as culturas dos cidadãos medeiam as relações entre governo e morador e precisam ser compreendidas para que se integrem políticas. Apresentados os diversos textos e aberta sua leitura para as pessoas que têm responsabilidade no espaço das cidades, os textos introdutórios ao livro mostram a urgência em se ouvir os cidadãos, construir formas inovadoras de economia solidária, ampliar processos participativos e “ construir nova racionalidade política, a qual, ao negar promessas e clientelismos, bem como o modo pé-quebrado das gestões tradicionais nos municípios, exige o direito à cidade para todos”.
Cidades – identidade e gestão
“Cidades, identidade e gestão” propõe-se a participar do debate sobre o modelo problemático das cidades brasileiras. Seus textos buscam ampliar os termos em que o debate se coloca (nos jogos de poder das várias instâncias políticas) e procura contemplar seus diversos eixos de trabalho e a melhores perspectivas. O livro se delineia a partir do projeto contemporâneo de reconstruir os olhares sobre a própria cidade, considerando-a tanto pelos pressupostos de funcionamento e gestão quanto pelo seu uso. A cidade é vista como um conjunto de ações e espaço de relações, conflitos e construções, o que leva ao redesenho da cultura política e às mediações que intervêm no seu cotidiano. De fato, o livro mostra pioneirismo em pensar a cidade pelas inovações no tratamento dos resíduos (em cuja ação se avança para a constituição de redes ambientais) ou pelas culturas do hip hop; por ações que garantem novos direitos à cidade e pela dinâmica fiscal ou pelos novos instrumentos de fortalecimento da cidadania; pelas religiosidades, pelas experiências de identidade e pela construção de políticas integradas. Portanto, a obra debate um mapa de relações urbanas e, portanto, políticas. Não faz abordagens estanques, desencarnadas e isoladas, mas liga temas, situações e presenças dos sujeitos da cidade, até porque a cidade é uma megaorganização social, lugar da disputa simbólica e da realização da vida. O livro, enfim, propõe diretamente o debate e a formulação em torno do desenho da cidade, de sua geografia, das relações entre o público e o privado, dos modos de inserção e pertença e das linguagens que criam o espaço e as relações sociais.