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Cátedra discute políticas de gênero na sociedade regional

23/09/09

23/09/2009 09h39

No próximo dia 7 de outubro a Cátedra realizará um colóquio sobre Gestão Pública e Gênero com Cristina Pechtoll, coordenadora do movimento de mulheres do ABC e ex-assessora de políticas de cidadania da prefeitura de Santo André.

Com o tema “Gênero e Sociedade Regional”, o objetivo é resgatar a história recente de como as políticas de gênero foram formuladas e o início de sua implantação na região do ABC no final da década de 80 até como se encontram no presente.

O debate terá como base a dissertação de mestrado de Cristina que buscou verificar a importância atribuída pelos vereadores da região à perspectiva de gênero na formulação de políticas públicas. “As informações levantadas por esta pesquisa podem ser úteis tanto para os movimentos de mulheres e organizações feministas, quanto para os gestores públicos, no sentido de traçar nova estratégia de sensibilização dos detentores do poder no âmbito do legislativo local”, explica a pesquisadora.

Sobre a participação das mulheres na vida política e social do ABC, Cristina, que é coordenadora da entidade Fé-minina – Movimento de Mulheres de Santo André, acredita que a participação feminina nos movimentos operários possibilitou a entrada de várias mulheres nas diretorias dos sindicatos e, conseqüentemente, desencadeou uma mudança na própria estrutura sindical, até então um espaço majoritariamente masculino. Em decorrência, em 1986, algumas mulheres sindicalistas da Região do Grande ABC articularam-se e criaram, na estrutura da Central Única dos Trabalhadores Regional, a Comissão Regional sobre a questão da Mulher Trabalhadora.

Em Santo André, em 1989, como resultado das reivindicações do movimento de mulheres, foi conquistada a primeira Assessoria dos Direitos das Mulheres da região, organismo governamental municipal responsável por elaborar, coordenar e fiscalizar políticas públicas de gênero de forma integrada com todas as áreas da administração municipal. “Outro fato marcante desse período foi o 1º Encontro de Mulheres de Santo André, de iniciativa da Assessoria dos Direitos das Mulheres e organizado conjuntamente por 62 mulheres de vários bairros da cidade, em 1991, conseguiu reunir mais de 600 mulheres que discutiram o tema ‘Vida de Mulher’”, conta Cristina.

O processo de realização desse encontro teve como maior fruto a estruturação do movimento de mulheres em 1992 e em 1995 foi consolidada a organização não-governamental - Fé-minina – Movimento de Mulheres de Santo André e instituída juridicamente em 1998. Desde então os trabalhos e debates da Fé-minina possibilitam o aprofundamento em vários temas, entre eles a questão racial, a organização das mulheres pela saúde e sexualidade e o enfrentamento da violência doméstica.

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