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III- Colóquio da Cátedra Gestão de Cidades

Tema: Eleições... O que fazer?

Organização: Cátedra Celso Daniel Gestão de Cidades e Núcleo de Formação Cidadã. Agosto de 2014 – Campus Rudge Ramos: dia 26, às 9h, 19h30 e 21h20 no Anfiteatro Capa. Campus Vergueiro: dia 27, às 19h30 e 21h20 no Auditório. Campus Planalto: dia 28, às 19h30 no Auditório.

NO JOGO DA COPA PERDEMOS. NO JOGO DAS ELEIÇÕES QUEM VAI GANHAR? O POVO OU OS CANDIDATOS?

1- IMPORTÂNCIA DA POLÍTICA

Até hoje encontramos pessoas que nem querem ouvir a palavra política. Por que tanta alergia à política? Isso se explica pelos exemplos terríveis deixados pelos políticos. Quem gosta de ser maltratado?

Papa Francisco diz: "A política, tão denegrida, é uma sublime vocação, é uma das formas mais preciosas da caridade, porque busca o bem comum". (EG 205)

"No atual estágio do sistema econômico, de caráter globalizado, poucas pessoas detém o resultado das atividades econômicas, e a grande maioria da humanidade (5 bilhões de pessoas), fica excluída. Não seria uma saída a adoção da globalização da política" (CNBB 61 n 133), isto é, a organização do povo para cuidar do bem comum?

2- O QUE É A POLÍTICA

POLÍTICA não é politicagem, é participar das lutas para o bem do povo. Política não é só votar, mas lutar a vida inteira em favor do povo sofredor e injustiçado Esta política é dever de todos.

POLITICAGEM é usar a política para interesses pessoais ou grupais sem respeito ao bem comum. Esta é proibida a todos.

POLÍTICA PARTIDÁRIA não é o meio para manter ou conseguir o poder, mas o meio para lutar para que todos cidadãos participem na construção de uma sociedade justa, fraterna e democrática. Os políticos e seus partidos agem na construção desse tipo de sociedade?

3- IMPORTÂNCIA DAS ELEIÇÕES

As pessoas de boa vontade onde irão buscar informações e formação? Na TV? Nas Igrejas? Nos sindicatos? Nos partidos? Nas escolas?

As eleições são uma oportunidade para conhecer melhor os problemas do mundo de hoje e ver se existem alternativas melhores de mudança.

Nós somos cúmplices quando não ajudamos os outros na reflexão sobre a política.

Estamos preparados ou totalmente despreparados para as eleições?

Faltam subsídios para o povo poder ter critérios para escolher?

Os Partidos, Universidades, Instituições, Sindicatos, Igrejas estão interessados ou não na formação? Ou estariam com medo de perder o poder e os privilégios.

Muitas pessoas têm desejo de mudança e não sabem o que fazer.

O objetivo principal na Política são as eleições, ou estas são consequência e instrumento para organizar a mudança da sociedade?

4- OBJETIVOS DAS ELEIÇÕES

O objetivo dos candidatos é conquistar ou manter um mandato político.

As eleições não demonstram que são uma oportunidade para aumentar o poder de grandes grupos – agronegócio, banqueiros, industriais, planos de saúde, empreiteiras, evangélicos, católicos?

O objetivo destes grandes grupos não seria eleger candidatos que lutem para aumentar os seus lucros?

As eleições não deveriam ser uma oportunidade para eleger candidatos que se comprometam em informar as ações políticas para a população controlar os políticos?

Não seria uma oportunidade para o povo construir um novo projeto político de sociedade justa, democrática e fraterna?

Para uma grande parte da população as eleições são uma oportunidade para resolver problemas imediatos: comida, reforma da casa, garantir a emissão do passaporte, dinheiro, reforma de igreja, dinheiro para festas na comunidade, ganhar dinheiro como cabo eleitoral...

As eleições não seriam uma boa oportunidade para ajudar a população pensar nos limites das eleições e não se iludirem pensando que as eleições resolvem tudo????

5- LIMITES DAS ELEIÇÕES & PERGUNTAS

Muitos enganam o povo dizendo que com as eleições se resolve tudo. 

O cardeal hondurenho Óscar Andrés Rodríguez Maradiaga considerou que a política na América Latina converteu-se em uma “indústria”, onde o principal é o lucro pessoal da classe dirigente e não a busca do bem comum. (17-01-2014). Esta situação gerou “uma corrupção que é incrível”, acompanhada de uma grande “impunidade” e aprofundou a “desigualdade” que fratura o continente, “um dos maiores problemas” da América Latina.

Na sua opinião, já que o atual sistema econômico e a globalização da economia tem sido um fracasso porque não serviu para melhorar a vida dos milhões de pessoas que vivem na pobreza, quais as possíveis medidas e ações para a solução? Não seria necessário construir caminhos que passam por uma “mudança atual modelo de desenvolvimento”?

Apesar dessas limitações, não seriam as eleições um instrumento útil e importante ao qual precisamos dar atenção e valor, no processo de construção de uma sociedade fraterna, justa e democrática?

6- ALGUNS CRITÉRIOS PARA VOTAR

a) Política não é politicagem, é participar das lutas para o bem do povo. Política não é só votar, mas lutar a vida inteira em favor do povo sofredor e da justiça. Esta política é dever de todos. É fundamental que os/as candidatos/as devam ter este propósito em suas ações, em sintonia plena com o programa de seu partido. Algumas pessoas na campanha escondem seu partido, ou sequer fazem questão de defendê-lo. Essas pessoas merecem crédito? b) Politicagem é usar a política para interesses pessoais ou grupais sem respeito ao bem comum. Esta é proibida a todos. Os/as candidatos/as sem a postura de respeito ao bem comum merecem o de alguém? c) Política partidária não é o meio para manter ou conseguir o poder, mas o instrumento a serviço dos cidadãos para que participem na construção de uma sociedade diferente. O partido do/a candidato/a também carece de uma avaliação por parte do eleitor (sua história, seus projetos, sua proposta, seus valores e, principalmente sua prática). d) Mais importante que a pessoa do/a candidato/a é a prática do partido a que pertence. e) Não se pode votar num partido ou numa pessoa que deixa as coisas como estão ou que quer pequenas mudanças deixando as injustiças como estão. O bom médico não é aquele que bota panos quentes, mas aquele que vai à raiz do mal e sara o doente. A situação do nosso país exige "mudanças profundas, urgentes e radicais". f) O que devemos exigir dos candidatos e dos partidos: 1. Projeto político. 2. Prática de luta pelo bem do povo. 3. Ficha limpa. 4. Não se pode votar em qualquer um. Ninguém confia seu filho doente a qualquer médico. Assim não podemos confiar nosso país a qualquer político. Antes de votar devemos conhecer os projetos políticos dos partidos e dos candidatos e a prática deles. g) "Vender o voto é promover o corrupto e tornar-se cúmplice da corrupção dele". Voto é tomar decisão por princípios e convicção, pensando no coletivo. A venda pode ser feita por troca de favor, por dinheiro, por imposição de liderança religiosa. h) Os politiqueiros depois das eleições param para esperar as próximas eleições. Os verdadeiros políticos continuam a lutar pelos direitos da vida do povo e em prol da justiça nas várias organizações sociais, populares, sindicais e partidárias. Muitos outros critérios para votar podem e devem ser construídos na discussão e na reflexão entre as pessoas. Quem não se engaja na política, faz o jogo daquele usa a política para oprimir, não permitir a democracia e cometer injustiça. Seria um analfabeto político? O Analfabeto Político (Bertolt Brecht, 1889-1956). O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.

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