Professora do stricto da Metodista pesquisa a tecnologia aplicada à educação
08/08/2019 16h30 - última modificação 12/08/2019 17h59
A tecnologia cada vez mais inevitável na vida pessoal, sobretudo nas gerações mais jovens, é também vista como ferramenta crescentemente necessária no ensino. Avaliar como tem ocorrido essa mudança na sala de aula é a proposta da investigação iniciada pela professora Patrícia Farias Coelho, do programa de Mestrado e Doutorado em Educação da Universidade Metodista de São Paulo, que tem como título Formação de professores e novas tecnologias digitais aplicadas à educação. O trabalho vai colocar o 3º ano do Ensino Médio em foco.
Segundo a docente, há certa relutância de alguns professores, principalmente os mais velhos, em utilizar celulares, notebooks e Ipads na academia, mas ela tranquiliza que não se trata de substituir o mestre. “É integrar a tecnologia à prática pedagógica de modo a transformar a forma de transmitir os conteúdos”, afirma. A iniciativa obteve aprovação de recursos da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
Acompanhe a entrevista da professora Patrícia Coelho ao Portal da Metodista:
1 – O que a despertou para o tema agora, tendo em vista que a ação tecnológica influencia há anos o ensino?
Prof. Patrícia - Na verdade, não foi agora que despertei para o tema da tecnologia aplicada à educação. Tenho trabalho nessa perspectiva desde 2010, quando iniciei meu primeiro pós-doutoramento. Na época comecei a pesquisar o benefício de utilizar os games como ferramenta pedagógica.
2 – Sua pesquisa foca a formação dos professores. Os docentes estariam atrasados em relação à geração de crianças e jovens digitais?
Prof. Patrícia - O que tenho verificado não é que estejam atrasados, mas há certa relutância de alguns professores, principalmente os mais velhos, em utilizar a tecnologia na sala de aula. Há vários estudos que abordam as fases dos alunos em relação a data de nascimento para verificar a relação desses adolescentes com a tecnologia. Sabemos também que a cada ano torna-se inegável a relação adolescentes-tecnologia. É a partir desse pensamento que o projeto se organizou, de forma a acolher professor e aluno em um ensino dinâmico, dialógico e interativo.
3 – O recorte da pesquisa é para Ensino Básico ou Superior?
Prof. Patrícia - Ensino Médio, especificamente 3º ano.
4 – A tecnologia, a seu ver, põe em xeque o modelo predominantemente conteudista de aula e cria mais oportunidades de engajamento do aluno por meio dispositivos que ele domina melhor?
Prof. Patrícia - Sim, a ideia é aproveitar o interesse dos alunos pela tecnologia e integrá-la à aula. Não se trata de substituir professor ou qualquer coisa assim! É integrar a tecnologia à prática pedagógica de modo a transformar a forma de transmitir conteúdos.
5 – A seu ver, como celulares, notebooks e Ipads podem se tornar mais eficazes no processo ensino-aprendizagem, e não pulverizar a atenção em sala de aula?
Prof. Patrícia - Celulares, notebooks e Ipads sozinhos não fazem nada na aula. É necessário que o professor crie objetivos e proponha atividades que possam desenvolver o conteúdo que deve ser ensinado em outro suporte que não o caderno, por exemplo.
6 – Já tem alguma estatística/levantamento confiável para iniciar sua investigação?
Prof. Patrícia - Dei início em meu projeto logo depois da aprovação pela Fapesp, em junho de 2019. Já comecei as primeiras visitas ao colégio selecionado e agora no 2º semestre darei continuidade à pesquisa
Esta matéria foi publicada no Jornal da Metodista.
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