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Para Daniel Cara, falta ao Brasil entregar a educação aos educadores

Professor ressalta que economia deve trabalhar para direitos sociais, não o contrário

17/08/2017 11h40 - última modificação 17/08/2017 13h43

“Temos como desafio enfrentar o projeto Escola sem Partido e combater esse pensamento ultraliberal na educação. Há quem pense que a educação está a serviço da economia, mas nós dizemos que a economia deve trabalhar pelos direitos sociais. A Campanha trabalha para entregar a educação aos educadores, o que parece simples, mas não é”, diz o professor Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.

Cara esteve na Universidade Metodista de São Paulo na última quarta-feira (16) para a aula magna do Programa de Pós-Graduação em Educação e discutiu com alunos da Pós a respeito da situação político-econômica do Brasil e seus impactos na educação.

Segundo o docente, a Educação vem sofrendo um ataque por parte do poder público. Cada vez menos recursos são destinados ao ensino, que segue com péssimo nível de qualidade no País. “Muitas pessoas dizem que o Japão investe menos do PIB (Produto Interno Bruto) do que o Brasil, mas eles têm uma economia muito maior do que a nossa e uma distribuição de riquezas muito diferente também. Não dá para comparar uma coisa à outra”, argumenta.

O docente ressalta que a população brasileira tem consciência da necessidade de investir em educação, porém para os ultraliberais esse investimento causaria conflito distributivo. Cara acredita que se o problema fosse apenas os ultraliberais, a situação poderia ser revertida, mas é preciso lidar também com os ultraconservadores, que criam projetos como o Escola sem Partido.

“Em junho de 2013, começaram as manifestações contra o aumento da passagem, mas esse discurso foi apropriado pelos conservadores pela luta contra a corrupção seletiva, apenas contra partidos de centro-esquerda, e a redução de impostos. Eles pediam educação no ‘padrão FIFA’, mas não é possível atingir educação pública de qualidade sem arrecadação de impostos. Não tem como fazer política social sem arrecadação de tributos”, enfatiza.

As mudanças realizadas no ensino, segundo Cara, têm grande aceitação e apelo entre a população. O docente acredita que a educação profissional nas escolas, por exemplo, fará sucesso para o povo que acredita que terá mais oportunidades de trabalho, porém, criará uma privatização das escolas e uma redução de disciplinas como ciências humanas, ciências da natureza, matemática e língua portuguesa.

Cara encerrou sua fala descrevendo os desafios da Campanha e citando que: “Uma coisa que aprendi visitando vários lugares do mundo é que a educação só funciona quando é entregue aos educadores. Já trabalhei em várias áreas antes e para trabalhar com saúde, por exemplo, é preciso ser sanitarista. Para trabalhar com segurança, é preciso ser especialista, mas a educação no Brasil nunca esteve nas mãos de um educador”.

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