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Pesquisa revela que diálogo entre professor e aluno melhora o aproveitamento do uso de ferramentas tecnológicas

A coordenadora do Núcleo de Educação a Distância da Universidade Metodista de São Paulo, Adriana Barroso de Azevedo, realizou seu estágio de pós-doutoramento no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

04/11/2015 11h19

O cotidiano de alunos e professores vem se alterando recentemente por conta da inserção da tecnologia nas relações interpessoais, fazendo com que os docentes passem a incorporar essa forma de interação nas aulas para torná-las mais interessantes e motivadoras para os alunos.

A coordenadora do Núcleo de Educação a Distância da Universidade Metodista de São Paulo, Adriana Barroso de Azevedo, durante seu estágio de pós doutorado no Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, desenvolveu um trabalho que analisou como os professores da atualidade estão empregando a tecnologia em suas práticas.

A pesquisa analisou um grupo de 11 professores da rede pública e privada de educação básica de São Bernardo do Campo e de São Paulo que são adeptos de recursos tecnológicos, com o objetivo de compreender o que os mobiliza a utilizar a tecnologia em suas práticas e o que essas práticas representam para eles.

A primeira característica que surgiu dessa análise foi o aspecto da abertura. “Os docentes estão abertos ao diálogo, não colocam barreiras entre o conhecimento deles e o do aluno”, diz Adriana de Azevedo, que também é professora titular da Universidade Metodista nos cursos de Pedagogia EAD e Publicidade e Propaganda. “A questão é que a grande maioria dos professores não têm formação inicial para o uso de tecnologia e nem uma formação continuada que dê conta da complexidade desse uso”, completa a autora da pesquisa.

Os docentes têm incorporado em seu pensamento a ideia de que precisam dominar a tecnologia para usá-la, porém, a partir da análise feita por Adriana em um grupo especial de professores que já utilizavam a tecnologia em suas aulas, percebeu-se que na verdade muitas vezes os mestres não necessariamente dominam a tecnologia, mas eles estão abertos para aprender com os alunos e compartilhar os saberes e, a partir disso, adquirir mais experiência. “Não é improvável que o aluno tenha melhor domínio da ferramenta do que o professor, mas nesse contato é o professor que tem a articulação com o conteúdo, com o saber institucionalizado, e ele aprende com o aluno na medida em que se permite sentar lado a lado para entender qual a potencialização de determinada ferramenta”, explica Adriana.

Segundo a autora do trabalho “Narrativas digitais de experiências docentes: O uso de tecnologias digitais de informação e comunicação na educação básica”, pesquisas recentes têm chegado a índices altíssimos de uso de tecnologia pelos próprios professores, ou seja, eles são usuários do facebook, whatsapp, e-mail, entre outros. “Talvez eles só não tenham a dimensão da capacidade de articulação dessas ferramentas com as atividades pedagógicas, e é ai que está o grande desafio”, observa Adriana.

Ao se mostrarem abertos para entender essa nova realidade na qual estão inseridos, consequentemente os professores terão a oportunidade de dialogar com os alunos, e esse diálogo contribui para a aproximação entre o universo cotidiano do professor e o universo cotidiano do aluno, colaborando para o compartilhamento de saberes e, no caso do professor, a incorporação desse conhecimento no uso pedagógico. Para a pesquisadora Adriana Barroso, é extremamente importante que o docente esteja situado no contexto das possibilidades comunicacionais que a tecnologia abre porque se não estiver, o diálogo se torna muito limitado. “O professor que não estiver aberto para essas mudanças, incorporações e novas possibilidades, vai ter dificuldade em dialogar com o aluno e terá mais trabalho porque no fundo há um distanciamento e a escola fica chata em função disso”.

A pesquisa apontou também que ao compartilharem coletivamente as experiências pedagógicas desenvolvidas em âmbito individual, os professores se reconheceram na experiência um do outro, o que fortaleceu a vivência pessoal de cada um. “Ao se encontrarem, essas pessoas construíram uma nova rede de relacionamentos, de trocas e de compartilhamento entre eles, o que nos mostrou o quanto podemos aprender simplesmente compartilhando e ouvindo outras pessoas, por estarmos abertos a novas experiências, ideias e opiniões”, diz Adriana.

O trabalho deixa claro que a tecnologia não faz nada sozinha, mas a partir de sua incorporação nos processos humanitários, ela pode ajudar a contextualizar a escola na contemporaneidade. “A medida em que aumenta o diálogo entre aluno e professor, as práticas que envolvem o uso de tecnologia beneficiam a produção do aluno, ajudando-o em seu processo de autoria e protagonismo, para que ele desenvolva mais textos, leia mais e se sinta alguém importante dentro do processo de aprendizagem”, finaliza Adriana Barroso.

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