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Professor José Marques de Melo é finalista do Prêmio Jabuti 2015

Livro de autoria do docente da Metodista focaliza tendências do século XXI

03/11/2015 09h25 - última modificação 03/11/2015 09h39

Professor José Marques de Melo

Colaboração do professor José Marques de Melo


A Câmara Brasileira do Livro (CBL) divulgou, no dia 22 de outubro, a lista dos finalistas que concorrem ao 57º Prêmio Jabuti, composta por livros publicados recentemente, em 27 categorias.  Esta é a premiação mais tradicional de literatura do Brasil.

O professor José Marques de Melo, do programa de Pós-graduação em Comunicação Social da Universidade Metodista de São Paulo, é destacado na lista dos finalistas da categoria “Comunicação” pela autoria do livro Teoria e Metodologia da Comunicação, publicado pela Editora Paulus.

Feita por um corpo de Jurados, integrado por especialistas em cada uma das categorias, a premiação das obras inscritas se dá em três etapas: Outubro – Finalistas; Novembro – Classificados; Dezembro – Premiado.

O livro foi escrito pelo docente no último decênio e faz um “inventário” das ciências da comunicação no século XXI, cujas tendências ele vem observando criticamente, a partir da intervenção privilegiada na comunidade acadêmica, como diretor titular da Cátedra UNESCO de Comunicação, mantida pela Metodista.


Perseguido pela Ditadura Militar

A colaboração do Professor Marques de Melo com a Metodista remonta ao ano de 1975.

Impedido de lecionar nas universidades públicas de todo o país e apesar da pressão recebida pela Reitoria da universidade e pela Igreja Metodista, ali encontrou ambiente favorável ao desenvolvimento dos projetos interrompidos na Universidade de São Paulo (USP).

Sua missão principal foi a criação do centro de estudos pós-graduados da instituição, estruturando programas de mestrado e doutorado nas áreas de Comunicação Social, Administração, Psicologia e Odontologia.

Radicado em São Paulo há 50 anos, foi um dos fundadores da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, onde lecionou de 1966 a 1974, implantando os Cursos de Jornalismo e de Editoração, que se tornaram referência nacional pela qualidade do ensino e pela excelência da pesquisa.

Demitido sumariamente da USP em 1974, encabeçou a lista de intelectuais acusados de atividades “subversivas”, pelo general Ednardo D’Avila, comandante do II exército. Trata-se de um capítulo doloroso da História recente do Brasil, marcado pela violência da Ditadura Militar contra os jornalistas, inclusive professores e estudantes, culminando com a prisão e morte de outro docente do departamento de jornalismo da USP, Vladimir Herzog.

Esse episódio motivou o jornalista Audálio Dantas a escrever o livro-reportagem As duas guerras de Vlado Herzog, vencedor do Prêmio Jabuti de Reportagem em 2013, ano em que o professor Marques de Melo conquistou o Prêmio Jabuti de Comunicação, com o livro História do Jornalismo (Paulus).


Retorno à USP

A abertura política de 1979 permitiu o retorno do professor Marques de Melo à USP, onde completou a carreira acadêmica, realizando estudos de Pós-Doutorado na Espanha e nos EUA, conquistando na sequência os títulos de Livre-Docente e Professor-Catedrático de Jornalismo.

Nesse período, foi convocado para liderar projetos nacionais em Brasília pelos ministros Marco Maciel (Educação e Cultura), Paulo Brossard (Justiça) e José Goldemberg (Ciência e Tecnologia). Voltou recentemente a Brasília a convite do então ministro da Educação Fernando Haddad, para integrar a Comissão de Notáveis juntamente com os professores Adib Jatene e Dalmo Dallari para estabelecer Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos que o atual prefeito de São Paulo considera vitais na preservação da Democracia: Medicina, Direito e Jornalismo.

Em 1988, o docente foi eleito pela comunidade e confirmado pelo reitor da USP para exercer o cargo de diretor da ECA, cumprindo integralmente o programa de trabalho assumido perante a comunidade.

Sua missão principal foi estimular a participação da ECA no cenário nacional, através de incentivos aos professores e alunos para produzir conhecimento relevante. Isso alavancou a produtividade acadêmica da escola, que deixou de ser a “lanterninha” da USP, para figurar no topo institucional.


Regresso à Metodista

Aposentado em 1993, depois de completar 34 anos de serviço público, Marques de Melo foi convidado a retornar à Universidade Metodista de São Paulo, onde desenvolveu arrojado programa de atualização pedagógica, tendo como alavanca a Cátedra UNESCO de Comunicação.

Contudo, seu trabalho mais importante tem sido a publicação de uma obra de síntese do conhecimento sistematizado  em meio século de dedicação ao campo comunicacional.

Desde 1970, quando estreou no mercado editorial com o best-seller intitulado Comunicação Social: Teoria e Pesquisa (6 edições e 20 mil exemplares vendidos), o autor se tornou referência nacional pela sua familiaridade com a bibliografia internacional. Marques de Melo não apenas lê o que se publica ao redor do mundo, mas percorre os locais em que foram escritos os estudos que lhe servem de base para compreender as motivações que determinaram a elaboração de conceitos e as circunstâncias que determinaram suas interpretações das situações observadas empiricamente.

Obra premiada

Teoria e Metodologia da Comunicação, obra que concorre ao Jabuti 2015, está organizada em cinco seções que documentam a consulta feita pelo pesquisador Marques de Melo às fontes contemporâneas que ensejaram o “Panorama Teórico”.

Este foi construído a partir dos estimulantes diálogos interativos com jovens acadêmicos: o alemão Wolfgang Donsbush, o dinamarquês Thomas Tufte ou a israelense Barbie Zeller em Chicago, Dublin ou Braga; ou através dos pausados colóquios, nem sempre conclusivos, mantidos com veteranos pesquisadores: o francês Bernard Miege, o inglês Denis MacQuail, o finlandês Kaarle Nordestreng, o australiano John Sincair e outros que influíram bastante na redação da segunda parte do livro, intitulada “Caleidoscópio Metodológico”. 

As três partes restantes testemunham o costume desenvolvido pelo autor em obras anteriores, mesclando teoria e prática em estudos de casos.  Enfeixados no “Mosaico Sistêmico” ou pinçadas intencionalmente para configurar o universo das “Variáveis emblemáticas”, servem como matrizes de estudos realizáveis em grupos que formam as turmas escolares.

A última parte é composta por “Indicadores”, que remetem os leitores às questões iniciais, sempre com o propósito de conduzir os leitores à reflexão, evitando que se transformem em mata-borrão autoral.

Isso contribui para dar clareza aos fenômenos descritos e veracidade ao uso das teorias construídas, mas, sobretudo, ao manejo e refinamento das metodologias adaptadas para corresponder aos ambientes onde podem servir como matrizes pragmáticas.


Editora Paulus

Integrando a lista dos favoritos ao Jabuti 2015, o livro do professor Marques de Melo passou pelo crivo de qualidade, mantido desde o lançamento da “Coleção Comunicação” em 2003, pela equipe de editores comandada pelo padre Valdir José de Castro, supervisionada pelo padre Claudiano Avelino dos Santos e minuciosamente acompanhada pela eficácia gerencial de Jacqueline Mendes Fontes.

Converte-se, desta maneira, em obra de consulta indispensável aos professores que desejam abrir perspectivas de renovação didático-pedagógica, em sintonia com as demandas da sociedade e as aspirações dos jovens que batalham pelo primeiro trabalho numa conjuntura recessiva como a que desafia hoje a criatividade das instituições acadêmicas.


Veja também:

Confira um vídeo com o professor Marques de Melo, que fala sobre o Pensamento Comunicacional Latino Americano, do qual o docente é grande contribuidor nas pesquisas e lhe rendeu um reconhecimento do Centro Internacional de Estudios Superiores de Comunicación para América Latina (Ciespal):


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