Curso Ditadura: História e Memória empodera educadores para resistência
07/02/2017 10h50 - última modificação 07/02/2017 11h25
Entre os meses de novembro e dezembro foram realizadas as cinco aulas do curso Ditadura: História e Memória, promovido pelo Núcleo de Preservação da Memória Política, no futuro Memorial da Luta pela Justiça. O Núcleo de Formação Cidadã da Universidade Metodista de São Paulo foi um dos parceiros do curso gratuito destinado a professores e educadores.
Oswaldo de Oliveira Santos Junior, coordenador do NFC, ministrou aulas sobre a resistência da sociedade civil e a luta pela democracia. “Tratamos dos movimentos sociais que resistiram à ditadura civil-militar entre 1964-1985. Foram inúmeros os movimentos que atuaram e tiveram uma importância enorme para a derrubada da ditadura e o retorno à democracia”, explica.
Muitos grupos se organizaram em resistência durante o período ditatorial no país, como os movimentos estudantis, sindicais e camponeses. Com foco nesses grupos sociais, as aulas apresentaram uma narrativa que abordou além da versão oficial, dando protagonismo às pessoas atingidas pela violência do Estado que lutaram pela devolução de direitos civis e políticos.
“Em todos os projetos de Educação em direitos humanos sempre trabalhamos com a proposta de 'educar para o nunca mais', educar para que não se repita. Assim, ao tomar conhecimento das graves violações aos direitos humanos do período da ditadura civil-militar no Brasil, o sujeito se empodera para resistir aos processos contemporâneos que produzem exclusão, desigualdade e violam os direitos humanos”, declara Junior.
História e Memória
Essa foi a quarta edição do curso que tratou sobre diversos aspectos da ditadura militar e seus impactos no Brasil, que também contou com apoio da Ordem dos Advogados do Brasil – São Paulo e Oak Foundation. Heládio José Leme, cientista político pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e ex-preso político, falou sobre o panorama do Brasil no pré-64 e a articulação do golpe civil-militar e sobre a construção do Estado autoritário e sua periodização.
O diretor do Núcleo Memória Maurice Politi, também ex-preso político, falou sobre controle e repressão à sociedade na ditadura. Marcelo Ridenti, do departamento de Sociologia da Unicamp, tratou sobre a arte na resistência e a luta pela Anistia Ampla, Geral e Irrestrita. A diretora do Núcleo Memória, Ana Paula Brito, deu aula sobre heranças da ditadura e a luta por Memória, Verdade e Justiça.
A Metodista e o Núcleo Memória já realizaram diversas atividades em parceria. “O NFC vem apoiando o trabalho de pesquisa museológica, cursos e palestras promovidos pelo Núcleo Memória”, conta o professor. Além do curso, em 2016 destaca-se o Ciclo de Cinema sobre direitos humanos, na sede do futuro Memorial da Luta pela Justiça.
O trabalho conjunto deve se manter em 2017: “Estamos apoiando um novo projeto do Núcleo Memória para a pesquisa sobre a antiga auditoria militar, além de atividades culturais e lugares de memória como fizemos no ano passado”, comenta.
Confira algumas fotos do curso e outras ações em parceria com a Metodista: