Seminário Nacional ABED tem início com análises e projeções sobre Educação a Distância no Brasil
28/05/2019 16h15 - última modificação 03/06/2019 16h15
Teve início na manhã de 28 de maio o 15º SENAD – Seminário Nacional ABED de Educação a Distância, sediado este ano na Universidade Metodista de São Paulo. Em pauta, temas relacionados às áreas acadêmica, de gestão e consultoria do EAD no contexto brasileiro.
A mesa de abertura contou com os professores Paulo Borges Campos Júnior, reitor da Metodista; Fredric Michael Litto, presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED); Paulo Antonio Gomes Cardim, reitor do Centro Universitário Belas Artes; Nelson Boni, presidente do Grupo Educamais; Eduardo Penna de Sá, coordenador nacional da área de ensino da Educação Metodista; e Marcio Oliverio, diretor de Educação a Distância da Universidade Metodista.
Em saudação aos presentes, o reitor Paulo Borges destacou as semelhanças entre as inovações possibilitadas pela educação a distância e as propostas da origem do movimento metodista, no século XVIII. "Uma das premissas do metodismo foi reinventar a forma de educação, até então elitista, que se desenvolvera na Inglaterra. Era fundamental para aqueles homens e mulheres que todos fossem incluídos, em qualquer lugar e em todas as classes sociais. A revolução que a educação a distância significa é exatamente essa: levar conhecimento a todos os cantos", destacou.
Possibilidades do EAD
Um dos painéis da manhã foi conduzido pelos professores Paulo Barone, da Universidade Federal de Juiz de Fora, e Rita Maria Lino Tarcia, da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Os docentes destacaram, entre diversos outros aspectos da área, a maturidade adquirida pelo EAD em relação ao ensino tradicional, já que por muito anos a modalidade reproduziu ou apenas adaptou modelos pedagógicos das aulas presenciais.
Em 2017, o número de alunos matriculados em graduações a distância era de 1.073.497, enquanto 2.152.752 cursavam o nível superior em modalidade presencial. Projeções indicam que em até uma década o número de alunos no EAD será superior. Flexibilidade, custo reduzido, crescimento da oferta e do acesso à tecnologia são alguns dos motivos que ajudam a explicar a tendência de migração.
"Nesses 20 anos (de EAD no Brasil) desenvolvemos um nível de maturidade que começa a crescer com seus recursos e possibilidades próprias, como autonomia, coparticipação e gamificação", disse a professora Rita.
As flexibilizações para o oferecimento de cursos e o consequente crescimento na procura também trazem desafios para refletir sobre a modalidade, como avaliações, controle de qualidade, estrutura mínima e papel do Poder Público nos processos educativos, aspectos que ainda buscam formato próprio e não ancorado nos modelos tradicionais.
Além disso, existem corporações e setores específicos que mostram rejeição aos cursos a distância. "Há áreas oferecendo resistência exorbitante ao registro profissional de estudantes que concluíram graduações na modalidade EAD. Recentemente isso passou da área de saúde para a arquitetura, e eu não duvido que possa progredir. Temos um cenário em que há atores descontentes com o processo", explicou o professor Barone.
Os desafios internos e externos da educação a distância seguem sendo discutidos no 15º SENAD e serão aprofundados durante o 25º Congresso Internacional ABED de Educação a Distância, que ocorre de 20 a 24 de outubro de 2019 em Poços de Caldas-MG. Clique aqui e saiba mais sobre o evento.
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