Professor Paulo Dias Nogueira discute preconceito contra a terceira idade no Uma Tarde na Universidade
28/08/2017 18h05 - última modificação 28/08/2017 18h05
“Precisamos entender que velhice é uma coisa e envelhecimento, outra. Envelhecimento é um processo, todos nós estamos envelhecendo: crianças, adolescentes, adultos e o velho envelhece também”, diz o professor Paulo Dias Nogueira, palestrante convidado do evento Uma Tarde na Universidade.
Nogueira chama a atenção ao fato de que o desejo de viver mais é histórico e foi retratado diversas vezes na literatura, na arte e nos antigos mitos. O professor cita, por exemplo, Peter Pan, que se recusa a crescer, Dorian Gray, que permanece jovem enquanto seu retrato envelhece, e muitas outras histórias sobre o tema. “São Formas que temos de retratar essa angústia de viver para sempre e viver bem. E isso está se tornando realidade, estamos vivendo cada vez mais”.
Os avanços tecnológicos e médicos tem proporcionado ao ser humano uma vida cada vez mais longa: “Temos a tarefa de pensar em qual é a melhor maneira de viver o envelhecimento. A palavra ‘velho’ é usada com preconceito, como forma pejorativa. A construção desse preconceito vem de algum lugar. De que adianta trocar a nomenclatura de velho para idoso? Temos que mudar a atitude”.
Segundo o palestrante, temos uma imagem estereotipada da velhice, uma visão preconceituosa, mas precisamos compreender que com o passar dos anos, adquirimos novos conhecimentos e capacidades. “O meu hoje é o momento mais novo da minha história. Hoje, sou muito mais do que era quando criança ou adolescente”, ressalta.
Com uma pequena dinâmica, o palestrante colocou diversos óculos para mostrar que existem olhares diferentes e pontos de vista diferentes para enxergar a velhice. “Temos que pensar na multiplicidade de olhares porque temos sido reféns do olhar médico e não podemos ser definidos por isso”. O professor fala, ainda, sobre a diferença entre gerações convivendo atualmente e como é necessário trabalharem juntos, dialogando e compartilhando conhecimentos.
“Temos que dialogar com as gerações mais novas porque temos conhecimento, temos um passado e é necessário aprender a respeitar as histórias diferentes”, finaliza.
Confira algumas fotos do evento abaixo: