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Tese sobre uso de inteligência artificial em comunicação é aprovada no Póscom da Metodista

Lucas Vieira de Araújo pesquisou iniciativas de inovação no jornalismo

20/02/2018 17h39

Antigamente, somente autores de ficção científica poderiam pensar que robôs escreveriam e publicariam notícias. Hoje, isso faz parte do nosso dia a dia e se mostra uma grande tendência mundial. Ainda assim, muitas empresas de mídia brasileiras não adotaram esse tipo de sistema para a produção de notícias.

Na última segunda-feira (19), a primeira tese de doutorado do Brasil a respeito deste tema foi aprovada com louvor na Universidade Metodista de São Paulo. Lucas Vieira de Araújo, professor da Universidade Estadual de Londrina, apresentou sua pesquisa para a banca do Programa de Pós-Graduação em Comunicação.

Araújo entrevistou os gestores das maiores empresas de comunicação do Brasil, tanto nacionais quanto regionais. “As poucas empresas de mídia que se dispuseram a falar comigo mostraram-se absolutamente desinteressadas. Embora o resultado da tese mostre um resultado bastante adverso, eles não se mostraram sensibilizados a tomar algum posicionamento”, ressalta Lucas.

Além de acreditarem que as notícias devem ser produzidas por pessoas, as empresas brasileiras não investem no desenvolvimento de inovação. Alexandre Cappellozza, professor da Metodista e um dos membros da banca, destaca esse aspecto da tese e o papel da Universidade nesse processo. “Você comenta a importância das agências de fomento e realmente elas trabalham na promoção da inovação. Aqui na Metodista, a criação do Escritório de Apoio à Pesquisa causou um aumento nos projetos de pesquisa por causa desse apoio, desse suporte”, aponta.

Além de Cappellozza, a avaliação foi realizada pelos professores Walter Teixeira Lima Júnior, professor da Universidade Federal do Amapá que participou por videoconferência, Bruno Rondani, da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, Fabio Josgrilberg, docente da Metodista, e foi liderada por Luiz Alberto Farias, coordenador do Póscom.

Por tratar de uma temática tão dinâmica, a pesquisa de Araújo foi realizada ao longo de três anos, período mais curto do que a maioria dos doutorados, e já rendeu publicações em revistas científicas e participações em eventos da área.

Josgrilberg avalia que o doutorando tem diversos méritos: “Primeiro por entrar em um tema que você conhecia pouco, acompanhei desde o início seu trabalho e toda essa sistematização da área de inovação é fruto de pesquisa recente. O outro mérito é falar de inovação em comunicação, que está meio perdida nesse turbilhão de coisas que está acontecendo. Todos estão preocupados com essas mudanças”.

No artigo "Adoção de algoritmos, NLG e inteligência artiicial na imprensa brasileira em âmbito nacional e regional", Araújo reúne algumas das questões levantadas em sua tese. Clique aqui para conferir

Banca - Lucas Araújo

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