Mostra de Arte Inclusiva chega à 10ª edição destacando integração ao processo educacional
20/09/2018 16h45 - última modificação 21/09/2018 17h37
Evento lembra todo ano o Dia de Luta das Pessoas com Deficiência, como o aluno Victoriano Garcia, de Rádio e TV
Sempre prestigiada por turmas de Pedagogia, Filosofia e Matemática e tema que já inspirou pesquisa de TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) de alunas de Pedagogia, a Mostra de Arte Inclusiva da Universidade Metodista de São Paulo celebra em 2018 uma década destacando a atividade artística não apenas como pauta de inserção de pessoas com deficiência, mas também de formação educacional. Como lembrou professora Maria José Russo, de Pedagogia, aprende-se sobre inclusão em sala de aula e sobretudo em momentos de vivência prática como a Mostra, promovida pelo Núcleo de Arte e Cultura na noite de 19 de setembro último.
“Como futuros professores, vocês conviverão com alunos especiais que têm muito a nos acrescentar. Eles nos ensinam, por exemplo, a respeitar a diversidade e a trocar no dicionário a palavra limitação por possibilidades”, falou professora Majô aos alunos e à plateia de familiares e pessoas com deficiência que integram as oficinas e grupos de trabalho do NAC.
Também a coordenadora do Núcleo de Arte e Cultura, Cláudia Cezar, enfatizou que o espírito do evento não é destacar a deficiência, e sim a eficiência das pessoas, dando-lhes visibilidade por meio de manifestações como dança, música e teatro. “Expressando-se pela arte, eles chamam atenção para outras pautas como necessidade de acessibilidade e de inserção na saúde. Nossa mostra não só inclui, mas soma no processo educacional ”, disse ela, citando o exemplo do TCC de alunos de Pedagogia.
O reitor Paulo Borges Campos Júnior abriu o encontro e lembrou que a Metodista é por essência inclusiva, pois faz parte de sua confessionalidade cristã. A pró-reitora de Graduação e Extensão, professora Alessandra Zambone, acrescentou estar feliz pela contribuição que a universidade dá às pessoas com deficiência, que ainda passam por dificuldades de acessibilidade e de preconceito.
Exemplos de superação
O artista Gonçalo Borges, da Associação dos Pintores com Boca e Pés, mais uma vez apresentou-se no evento e deu testemunho das discriminações que sofreu ao longo da carreira, mas que o motivaram a nunca desistir. “Levo hoje uma vida normal, independente, tenho uma esposa e duas filhas maravilhosas”, afirmou. Ele preparou mais uma obra utilizando técnicas de aquarela, guache, acrílica e óleo. Gonçalo é formado pela Escola Superior de Propaganda e Marketing, Faculdade Belas Artes de São Paulo, Faculdades Marcelo Tupinambá e tem pós-graduação em Artes Plásticas.
Outro testemunho foi dado pela arte-educadora Nina Mancin, que dirige o Grupo de Teatro Sintonia, formado por funcionários do Setor de Produtos Artesanais da Metodista. “No começo, há oito anos, era impossível usar textos. Só trabalhávamos com música e depois dança. Agora eles fazem interpretações completas”, afirmou. O Sintonia fez um esquete em homenagem à “Escolinha do Professor Raimundo”.
A X Mostra de Arte Inclusiva foi conduzida pelo cadeirante Victoriano Amorim Garcia, aluno do 4º semestre do curso de Rádio, TV e Internet, e teve momento devocional realizado pela reverenda Angela Balbastro Ribeiro. A noite trouxe ainda apresentações de Joyce Nunes (com dança clássica, cigana, forró e dança do ventre) e da Cia. Teatral Olhos de Dentro, com interpretação por linguagem de sinais do pequeno Yohan, deficiente auditivo de cinco anos, além do músico Serginho D’Matta.
Houve ainda apresentação do Espetáculo “Tempo de Despertar”, reunindo Serginho D’Matta, Verônica Trindade, Paulo Bertocco, Janete Caltabiano e Paloma Trindade. Já o Projeto Andanças trouxe a dupla Rosimário Gomes e Juliana Miyuki para apresentação de um forró. O projeto utilizando a dança como recurso terapêutico de pessoas com deficiência e discute temas como desenvolvimento humano, inclusão social e empoderamento.
Veja imagens do evento:
Esta matéria foi publicada no Jornal da Metodista.
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