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Espetáculo teatral reflete sobre mulher e o estigma da submissão

Evento promovido pelo NAC em duas noites teve rodada de conversas com o público

15/03/2017 19h40 - última modificação 16/03/2017 17h59

Peça fala de acontecimentos que marcaram a vida de Paula durante 30 anos

A imagem da mulher como objeto e em posição de submissão ainda penaliza o universo feminino do século XXI. Os debates que se seguiram às apresentações da peça “Nunca Mais...Coração de Mulher”, para celebrar o Dia Internacional da Mulher na Universidade Metodista, demonstram que permanecem ardentes os reflexos do machismo e que reforçam a cultura do estupro.

“A plateia trouxe grandes contribuições: falou-se sobre a construção de papéis femininos e masculinos que contribuem para que a mulher ainda seja inferiorizada e violentada”, comentou a professora da Escola de Teologia da Metodista Lídia Maria de Lima, que conduziu o momento de reflexão junto ao público após a encenação do espetáculo teatral pela Companhia O Tom da Graça.

A peça teve justamente a proposta de levar a plateia a refletir sobre a violência contra a mulher e o silêncio diante desse cenário. A personagem Paula desdobra-se em lembranças e emoções com acontecimentos que deixaram marcas durante muito tempo guardadas por instinto de preservação. Após 30 anos de segredo e resignação, Paula entra em contato com essas memórias carregadas de medo, vergonha, injustiça, nojo, raiva, traição, prazer, amor e ódio.

Banalidade do mal

“Tivemos depoimentos durante os debates de casos de violência, assim como contribuições significativas de professores e de alunos. Um estudante de Filosofia fez a relação do tema com uma das aulas que teve sobre Annah Arendt, a respeito da banalidade do mal”, comenta Cláudia Cezar, coordenadora do NAC (Núcleo de Arte e Cultura), promotora do evento, que teve duas apresentações de 45 minutos nas noites de 6 e 8 de março no campus do Rudge Ramos.

Também membro da Assessoria de Direitos Humanos da Igreja Metodista na 3ª Região, professora Lídia de Lima sentiu-se, como Cláudia Cezar, gratificada pela participação da plateia. “Nos surpreendemos! Foi interessante a percepção de alunos, docentes e convidados da comunidade de outras formas de violência contra a mulher no dia a dia e que nem sempre nos damos conta de que é violência. O mais marcante, porém, foi a coragem de algumas mulheres presentes que relataram situações de violência e como superaram o fato. Isso foi muito impactante e reforça a ideia da sororidade: nenhuma mulher está sozinha, estamos juntas para ouvir, partilhar, denunciar e nos ajudar”, incentiva a professora.

Veja imagens do espetáculo, que na segunda noite promoveu ação com cartazes utilizando a #nãoénão. O texto da peça é de Ilder Miranda e a direção, de Rita Ivanoff.

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