Metodista vence o Concórdia em mais uma final e é campeã da Liga Nacional de Handebol pela nona vez
21/11/2015 19h25 - última modificação 21/11/2015 19h30
Metodista/São Bernardo é campeã pela nona vez da Liga Nacional de Handebol (clique para ampliar) - Foto: Marcello Ferreira
A Metodista/São Bernardo (SP) sagrou-se campeã da Liga Nacional de Handebol Feminino 2015, ao vencer, em uma partida “apertada”, o Concórdia (SC) por 21 a 20 (11 a 11 no primeiro tempo), na final que aconteceu na tarde deste sábado (21), no ginásio Vitório Zanon (Baetão), São Bernardo do Campo, definida nos últimos segundos. Este é o nono título conquistado pela equipe em 10 anos. Mais cedo, no Rio de janeiro, Vasco/FAB (RJ) e São José dos Campos (SP) lutaram pelo terceiro lugar e o time carioca venceu por 27 a 19, levando o bronze.
Esta foi a quarta decisão consecutiva entre os times e, mais uma vez, o clube são-bernardense e o catarinense mostraram que são os atuais principais times no cenário nacional do handebol feminino e por que têm figurado na disputa pelo troféu nos últimos anos. O duelo foi marcado pelo equilíbrio em todos os setores, desde a marcação até às ofensivas. Mas a Metodista sobressaiu-se novamente e desequilibrou o histórico dos confrontos nas decisões. Agora são três vitórias para a equipe de São Bernardo (2012, 2014 e 2015) contra uma do Concórdia (2013).
O jogo
O primeiro tempo começou com velocidade pelos dois lados, mas sem muitas finalizações eficazes. O Concórdia saiu na frente e abriu 2 a 0 nos três primeiros minutos e a Metodista buscou o empate já aos quase oito minutos, ou seja, com quase 10 minutos de partida, o placar era de apenas 2 a 2.
A virada das donas da casa veio na sequência e daí em diante, ficou na frente até quase vinte minutos, sempre por um gol a mais. Porém, as visitantes logo voltaram a empatar e ainda tomaram a ponta outra vez, já aos 27 minutos e iam levando a vantagem para o intervalo, mas faltando seis segundos para terminar o período, a Metodista conseguiu desarmar um ataque das adversárias e ligar o contra-ataque, para a jogadora Tainara deixar tudo igual: 11 a 11.
No segundo tempo, os times voltaram com modificações táticas, a mais aparente era a das anfitriãs, que reforçaram a defesa, como vinham fazendo ao longo da temporada, e utilizando jogadas ensaiadas no ataque ou contando com os contra-ataques rápidos. Novamente a estratégia funcionou, mas não foi com tranquilidade como em outras partidas. O Concórdia tem um setor ofensivo forte e conseguiu algumas infiltrações na barreira são-bernardense e até voltou a tomar a frente do placar outra vez, aos sete minutos, mas sem desequilibrar o embate.
O desempenho do bloqueio da Metodista ficou claro quando, além da equipe virar mais uma vez o marcador, chegou a abrir quatro gols de diferença, pouco mais da metade da etapa final e esta foi a maior vantagem no marcador em todo o jogo. Mas o clube catarinense foi persistente e, aproveitando-se de algumas falhas das donas da casa, diminuiu a distância e, próximo aos 27 minutos, igualou de novo: 20 a 20 e a decisão ficou em aberto.
No minuto seguinte a Metodista obteve um lance de sete metros a seu favor e Tainara, outra vez, definiu, mas desta vez colocou o time na frente. O que se seguiu no último minuto e meio foi um duelo de defesas. A equipe de São Bernardo passou a segurar com todas as possibilidades as investidas do Concórdia, que, por sua vez, buscou a meta com suas últimas forças. Faltando quatro segundos para o apito final, o clube catarinense conseguiu uma falta favorável na linha dos nove metros e a tentativa foi um tiro direto, que resvalou na barreira e saiu pela lateral, não havendo tempo para mais nada, apenas para a Metodista confirmar sua nona conquista do torneio nacional.
O técnico do clube são-bernardense, Eduardo Carlone, voltou a dar ênfase à dinâmica de trabalho adotada em seu elenco no ano. “Serei repetitivo e digo novamente que a prioridade que demos à parte física e de gerar o entrosamento de todo o grupo foi o nosso diferencial. Deste modo, o tático passou a ser um detalhe, pois com um elenco harmonizado, todos tinham a mesma linguagem e as jogadoras pegavam muito bem o modo de construir as estratégias, quando era necessário. O dever foi cumprido, enfrentamos um adversário que teve total condições e oportunidades de sair vencedor. Erramos algumas vezes, tivemos chance de definir a partida antes, mas não o fizemos porque tínhamos um forte oponente. Mas o que valeu foi ter conseguido nos impor no momentos decisivos”, disse.
A ponta direita da Metodista, Célia Costa, uma das atletas mais experientes do grupo e constantemente convocada para a Seleção Brasileira, também destacou o entrosamento. “A forma como fomos preparadas para atuar em conjunto, com todas as jogadoras participando em quase todos os jogos, trouxe uma união, que foi um dos maiores fatores que colaboraram para as vitórias que conseguimos, sendo elas fáceis ou difíceis”.
A capitã da equipe, a goleira Ariadne Moreira, falou do emocional do elenco. “Hoje, talvez até mais que nos outros jogos, valeu nossa força de vontade. Estávamos em casa e este é um título muito importante de se conquistar e não queríamos que ele saísse de nossas mãos. Jogamos com emoção, querendo essa vitória e ela veio. Agradecemos à torcida, que compareceu em peso novamente e parece até ter entrado conosco em quadra e isto também fez diferença hoje”, afirmou a líder e defensora.
Bateria Makossa na torcida
Naturalmente, com a final da Liga Nacional acontecendo na casa da Metodista, a torcida da equipe era a maioria esmagadora. Ajudando a "empurrar" o time, juntou-se aos gritos dos torcedores o som da Bateria Makossa, da Atlética de Comunicação da Universidade Metodista de São Paulo. Parte da agremiação marcou presença com seus instrumentos e cantos incentivadores, colaborando com a festa.
Final da Liga Nacional de Handebol Feminino 2015
1º lugar – Metodista/São Bernardo (SP)
2º lugar – Concórdia (SC)
3º lugar – Vasco/FAB (RJ)
4º lugar – Instituto Buzzo Sport/São José dos Campos (SP)