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Doutorado sobre religião e civilização rende Prêmio CAPES de Tese a professor da Metodista

07/10/2020 13h39

Estudar processos civilizatórios sempre motivou o professor João Batista Ribeiro Santos, da Escola de Teologia da Universidade Metodista de São Paulo. Depois de o tema pautar seu mestrado em Ciências da Religião pela Umesp e em História Política pela UERJ, foi estendido ao doutoramento, pelo qual acaba de receber menção honrosa do Prêmio CAPES de Tese, instituído pelo Ministério da Educação e na 14ª edição. O prêmio reconhece as melhores teses de doutorado defendidas no ano anterior ao evento anual.

“Em meu doutorado quis evidenciar que a formação da religião e o culto ao deus do antigo Israel não foram alcançados em suas origens pelos escribas judaítas do Primeiro Testamento. Além disso, a pesquisa apresenta a historiografia e tradução de dois importantes monumentos: um assírio (Obelisco Negro) e um moabita (estela do rei Mesha)”, relata o docente da Fateo, cujo tema inicial da tese orientada pelo professor José Ademar Kaefer, também da Umesp, visava pesquisar a influência de Damasco no campo religioso de Israel Norte.

“Seria baseado em duas fontes – a camada redacional de 2Reis 9–10 (hebraica) e a assim chamada estela de Tel Dan (aramita)”, descreve João Ribeiro. Como Damasco tornou-se um polo importante documentalmente só a partir de 855 a.C., logo João Ribeiro descobriu que houve interações culturais envolvendo cidades aramitas que mantinham contato com povos mesopotâmios desde o segundo milênio a.C.

No final de 2017, ao encontrar pesquisas de arqueólogos de língua alemã, em inglês, sobre a cidade de Aleppo, seu deus e suas culturas, a tese ganhou nova hipótese científica. “Quanto ao ineditismo, tendo catalogado uma bibliografia contendo 38 páginas e cerca de 400 obras, desconheço uma monografia na qual o autor tenha demonstrado que a elaboração do campo religioso e da divindade israelita Yahweh tenha evidências estética, afixação local e função guerreira originadas no deus Haddu da cidade aramita de Aleppo”, pontua.

Literatura mesopotâmia

A menção honrosa surpreendeu o docente da Fateo, pois indica que houve um debate para a decisão do primeiro lugar. Sua surpresa veio por dois motivos: o período (as fontes são dos séculos IX e VIII a.C.) e a complexidade dos relevos e linguagens dos acontecimentos, que estão em sumério, acádio, hebraico, aramita e moabita. “Estou feliz porque esse trabalho técnico, ao extrapolar as ciências da religião e a teologia, abre um campo de pesquisa histórica sobre povos aramitas e integra à Pós-gradução em Ciências da Religião da Metodista a antropologia arqueológica e a literatura mesopotâmia”, afirma.

O MEC realiza seleção dos candidatos pelos programas de pós-graduação com as teses defendidas em suas universidades, depois há uma pré-seleção pela CAPES das teses inscritas, e, por fim, a seleção das melhores. Em 2019 foram contempladas 49 áreas de avaliação e inscritas 1.140 teses. O prêmio trouxe os escolhidos em cada uma das 49 áreas de avaliação e mais 93 trabalhos que receberam menções honrosas, ou seja, pouco mais de 12% do total de inscritos.

Em 14 anos de instituição do prêmio, professor João Ribeiro é o quarto doutor pelo PPGCdR da Metodista e o primeiro docente da Faculdade de Teologia cuja tese é premiada.

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