Primeiro doutorado em cotutela do Póscom é aprovado com louvor
09/06/2017 12h05 - última modificação 09/06/2017 12h47
A jornada para alcançar a titulação de doutora não foi fácil. Para chegar à banca e defender sua tese, Alexandra Fante Nishiyama enfrentou muitos desafios e até mesmo a natureza entrou no caminho. Originalmente, a defesa estava agendada para 7 de abril, mas teve que ser adiada para 7 de junho, já que, por causa de uma forte tempestade, a pesquisadora ficou presa no trânsito.
“Agradeço a todos que me ajudaram, ao professor João Canavilhas que me colocou em um grupo de pesquisa e me recebeu em Portugal, minha pesquisa ganhou um fôlego grande, e também à professora Marli dos Santos que me acolheu já no fim do doutorado”, diz Alexandra, agradecida após ser aprovada com louvor pela banca. A pesquisadora é a primeira concluinte de doutorado sanduíche do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Metodista de São Paulo e conquistou dupla titulação com a Universidade da Beira Interior de Portugal.
Os avaliadores Marcos Silva Palacios, da Universidade Federal da Bahia, Vicente Gosciola, da Universidade Anhembi Morumbi, Roberto Joaquim de Oliveira e Elizabeth Moraes Gonçalves, da Metodista, assim como os dois orientadores Marli e Canavilhas, não pouparam elogios ao trabalho de Alexandra, que pesquisou a notícia feita para dispositivos móveis do Brasil e de Portugal.
Notícias curtas e baixa interatividade
Segundo sua avaliação, ainda hoje as notícias feitas para apps de celular e tablets têm características bastante parecidas com o webjornalismo e usam poucos dos recursos de interatividade, hipertextualidade e concentram-se apenas em textos e imagens, investindo pouco em vídeos e áudios.
“São notícias feitas no formato fast food, não publicam reportagens, pois se preocupam em garantir a nota o mais rápido possível e não fazem aprofundamento nos temas”, analisa. Apesar das similaridades, Alexandra acredita que os apps portugueses são mais avançados do que os brasileiros, pois oferecem mais usabilidade, mais personalização e são mais opinativos.
O professor Palacios, um dos avaliadores externos, diz que se sentiu parte do trabalho de Alexandra, pois a acompanhou ao longo da pesquisa. “É um trabalho muito bom, muito bem escrito e mostra o conhecimento para discutir o estado da arte. Mas queria fazer uma observação que você preferiu esperar o segundo semestre para ter mais atualidade das notícias, mas sempre seremos superados por essa movimentação. Me parece muito importante que tenhamos essa clareza porque já perdeu a atualidade”, argumenta.
Emocionada, a professora Elizabeth ressaltou os esforços da pesquisadora: “Eu cheguei hoje falando com a Alexandra sobre os agradecimentos do trabalho dela, de uma menina que não tinha perspectivas de estudar, usava livros emprestados, e hoje nos apresenta uma tese internacional”. Canavilhas completou dizendo que “Alexandra ficou um bom tempo conosco e não teve uma bolsa de estudos e isso dá muito mais valor ao trabalho que fez”.
Com esse doutorado, o Póscom pretende estreitar as relações com a Universidade da Beira Interior e com a Federal da Bahia. O processo já está em andamento, pois outra aluna do programa está realizando doutorado sanduíche em Portugal. A coordenadora do Póscom, Marli dos Santos, encerrou a banca parabenizando a nova doutora: “Você é muito disciplinada e é uma grande vencedora, admiro toda a sua trajetória e também o resultado final que nos apresentou”.
Para saber mais sobre a pesquisa de Alexandra, clique aqui.