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Uso frequente do Linkedin deve acender sinal de alerta do empregador

13/04/2015 14h50 - última modificação 16/04/2015 14h19

Aposta na ferramenta e busca de novo

emprego lideram pesquisa de Mestrado

O mundo mudou e o ambiente de trabalho também. Se as empresas se apropriam cada vez mais de tecnologias para aprimorar a gestão, igual movimento fazem os colaboradores diante das novas plataformas digitais. O LinkedIn -- rede social embalada por currículos sobretudo de média e alta linhagem profissional – ganha musculatura não tanto entre os desempregados, mas sobretudo entre os que estão na ativa.     

Pelo menos 65% dos que usam a plataforma são movidos, primeiro, pela “Expectativa de Desempenho” (aposta na resposta positiva da ferramenta) e, segundo, pela “Intenção de Rotatividade”. Em bom português, busca de novo emprego. “São pessoas com intenção de deixar a organização na qual atuam e buscam na rede expor para outras pessoas, ou organizações interessadas, seus talentos, experiências e competências com objetivo de alavancar oportunidades profissionais”, afirma a professora do curso de Gestão de Recursos Humanos da Universidade Metodista de São Paulo, Lilian Cristina Camargo, que acaba de apresentar dissertação de Mestrado sobre o tema.

Lilian Camargo estudou o motivo de o Linkedin estar sendo acessado por quem está empregado, contrariando o senso comum de que a rede seria um rastreador de profissionais apenas utilizado por ávidos headhunters (caçadores de talentos), por departamentos de recursos humanos das empresas e por quem rema contra a maré do desemprego. Chegou à conclusão de que essa vitrine tornou-se via de mão-dupla: também quem está colocado no mercado – até muito bem colocado em sua profissão – transformou o LinkedIn no mais novo campo de provas para testar seu talento e colocar-se no radar das oportunidades profissionais que surgem.     

“Um valor de explicação de 65% do modelo é muito elevado para validação desse tipo de pesquisa. Geralmente, 30% a 40% das respostas têm sido a média de rigor científico em um estudo acadêmico”, cita o professor doutor Alexandre Cappellozza, do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Metodista de São Paulo, a respeito da confiabilidade do trabalho, do qual foi orientador.

Alexandre Cappellozza ficou surpreso com a prevalência dos dois maiores fatores que levam ao uso do Linkedin serem “Expectativa de Desempenho” e “Intenção de Rotatividade”. Esperava que o líder fosse “Influência Social” dado o sucesso de outro campeão em redes sociais, o Facebook, pela influência que exerce sobre opiniões e comportamentos.

Mas “Influência Social” foi o último entre os quatro fatores que explicam por que 65% dos entrevistados usam o Linkedin. Antes dele, em terceiro lugar, ficou “Expectativa de Esforço”, ou seja, a facilidade de interagir com essa tecnologia. Os restantes 35% de respostas foram por outras razões não abrangidas pelo escopo da pesquisa, que se apoiou na Teoria Unificada de Aceitação e Uso da Tecnologia (UTAUT), de Venkatesh et al (2003) e na Escala de Intenção de Rotatividade, de Siqueira et al (2014) e Van Dam (2008).

Ação preventiva

A agora mestre em Administração Lilian Camargo acredita que sua pesquisa sirva de alerta positivo às empresas, na medida em que pode estimulá-las a ficar atentas aos sinais de exposição de seus funcionários numa rede social focada em profissionais e que soma nada menos do que 250 milhões de participantes ao redor do mundo – 15 milhões dos quais brasileiros. O estudo pode ajudar empregadores a agir preventivamente para reter seus talentos, confia ela.

“Geralmente, o desejo de sair de um emprego era oculto, pois se buscava os classificados de jornais ou as agências de empregos. Agora essa intenção está exposta e pode ser tomada como termômetro de funcionário insatisfeito”, interpreta Lilian, embora o professor Alexandre Cappellozza deixe claro que nem todos que estão no Linkedin estejam de saída de suas empresas.

A pesquisa deu a largada com cerca de 1.100 questionários, que depois de adequados ao perfil desejado resultaram em 292 respostas. Não houve prevalência de gênero (52% foram mulheres e 48% homens) e a faixa etária foi bastante aberta, dos 18 aos 62 anos. O próximo passo de Lilian Camargo é participar do Enanpad (Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração), seguido de publicação em revista científica.

Esta matéria foi publicada no Jornal da Metodista.
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