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Rede social articula movimentos mas não resolve problemas, conclui pesquisa

27/04/2015 14h30 - última modificação 10/06/2015 14h35

Poucos colocam em dúvida o fato de que a redes sociais impactaram as práticas de comunicação e o comportamento das pessoas nos últimos anos. Mas essas plataformas não são propriamente vistas como força digital capaz de mudar o mundo ou, dito em tom mais simples, como aposta na obtenção de resultados para as mobilizações ou ideias que promovem.     

Pesquisa feita por três professores doutores da Universidade Metodista, Unicamp e FGV em junho de 2013, no pico das manifestações contra o aumento das tarifas de ônibus que se espraiaram depois para outras insatisfações contra o poder público, comprova que as redes sociais são ferramentas articuladoras de grupos e organizadoras de movimentos. Porém, a mensagem que pode ser lida nas entrelinhas é a descrença de que representam o meio certo para se obter uma consequência concreta, objetiva. 

Levando-se em conta um medidor denominado “coeficiente de determinação (R²)”, em que o índice de 50% é considerado alto para validação das hipóteses, 30% médio e 10% baixo, a pesquisa chegou a 47% como uso das redes sociais para participação nos protestos de junho. Pesaram nesse resultado as variáveis “Expectativa de Esforço” (facilidade de uso), “Hábito” (uso frequente para receber e enviar mensagens) e “Influência Social” (força do grupo). Mas não pontuaram ou tiveram pouca relevância como fatores efetivos os testes de “Desempenho” (aposta de que vai dar certo) e “Diversão” (quando o usuário se diverte protestando).

 Desmotivação

“Creio que é possível um esgotamento das redes sociais como ferramenta que leve a uma finalização clara de um objetivo, porque a população está desmotivada neste momento, sobretudo em relação aos poderes públicos. Mas as redes são sem dúvida plataformas de articulação, de chamamento para ideias, de transmissão de informações e influência comportamental”, descreve o professor doutor Alexandre Cappellozza, do Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA) da  Universidade Metodista de São Paulo e um dos autores do estudo, ao lado dos também professores doutores Gustavo Hermínio Salati Marcondes de Moraes, da Unicamp, e Fernando de Souza Meirelles, da Escola de Administração e Economia da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo.

O trabalho foi selecionado entre os três melhores da linha de pesquisa de Administração da Informação no maior congresso de Administração do Brasil, o EnANPAD, realizado em 2013. Com o título #vemprarua – A Tecnologia da Informação e as Manifestações Sociais: Um Estudo da Utilização das Redes Sociais para Participação nos Protestos, o trabalho dos três professores obteve 257 respostas de participantes do Movimento Passe Livre nas manifestações de junho de 2013.

Se os resultados da pesquisa evidenciam que as variáveis “Expectativa de Esforço, Hábito e Influências Sociais” fornecem informações relevantes sobre a percepção dos usuários de redes sociais, alteram, por outro lado, o contexto de comunicação nessas plataformas, colocando em cheque o objetivo dos chamados influenciadores ou tribos digitais que as utilizam para clamar por alguma mudança.

“Não posso dizer que a pesquisa é conclusiva sobre o descrédito em resultados dos protestos, mas os indicadores consolidam a força das redes sociais, efetivamente, como compartilhadoras de informações”, afirma professor Cappellozza.

 

 

Esta matéria foi publicada no Jornal da Metodista.
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