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Uma Utopia Possível

Vivemos um tempo extremamente difícil para a humanidade. Inúmeros acontecimentos de ordem moral, ética, política, social e econômica têm levado as pessoas a variadas experiências e lutas pela sobrevivência. O sofrimento está escancarado diante de nós. Lamentavelmente, o mundo ainda é um lugar onde convivemos com a dura realidade dos altos índices de injustiça em suas diversas facetas. A impunidade e a violência física e ideológica também nos chocam diariamente. Estes fatores agregados a outros tem transformado os seres humanos em indivíduos coisificados, desprovidos de seus direitos básicos, necessários à sobrevivência. O que fazer diante deste quadro? Como podemos reverter esta situação e restaurar a dignidade de homens e mulheres que, incessantemente, são marginalizados pela imposição do sistema globalizado escravizador, empobrecedor e assassino?

Como cidadãos e cidadãs conscientes de nossa responsabilidade na construção de um mundo justo, solidário, politicamente honesto, economicamente humano, que condena a discriminação, o preconceito, a desigualdade e que se empenha pela preservação da vida, somos orientados biblicamente a encontrarmos saídas para superação dos desafios que estão diante de nós. Humanamente é uma “Missão quase impossível”. Eu disse quase impossível. Quase significa que há possibilidades: Por um lado, testemunhamos que Deus tem acompanhado o mundo e a nós e, por outro, a esperança de transformação social, política e econômica do mundo está cada vez mais viva dentro de cada um de nós. Isto nos faz perseverar na busca pelas mudanças desejadas e necessárias. Então, se empreendermos esforços conjuntos poderemos cumprir essa Missão.

Para refletirmos sobre isto, apresento um texto Bíblico rico em possibilidades e alternativas. Ele está localizado no Novo Testamento, em Atos dos Apóstolos 2.42-47, com as seguintes palavras: “Todos se mostravam assíduos ao ensinamento dos apóstolos, à comunhão fraterna, à partilha do pão e às orações (...). Todos os que tinham abraçado a fé reuniam-se e punham tudo em comum: vendiam suas propriedades e bens, e dividiam-nos entre todos, segundo as necessidades de cada um. Dia após dia, unânimes, mostravam-se assíduos no Templo e partiam o pão pelas casas, tomando o alimento com alegria e simplicidade de coração...”.

Este é um projeto idealizado por pessoas simples que também viveram em uma época de dominação romana que promoveu tempos de crise na vida dos pobres e por extensão pode nos dar um significado a mais a respeito à vida das pessoas simples e sofredoras de nosso tempo e a realização de tal projeto nos aponta alguns paradigmas importantes para a superação dos desafios contemporâneos:

    1. Persistência: o povo exerce persistência quando não enxerga nenhuma porta de escape diante do obstáculo. Através da persistência adquire força na busca para uma nova forma de vida.
    1. Conhecimento: aqui está relacionado ao ensinamento e a instrução, elementos que possibilitam o ser humano exercer corretamente o seu direito de cidadania, criticar, avaliar, fazer propostas, contra-argumentar, resistir, governar, etc.
    1. Comunhão: do grego koynonia que expressa união de pessoas diferentes. A palavra suscita a união que imprime identidade própria de uma comunidade, grupo social.
    1. Solidariedade: possibilidade de que todos tenham igualmente o suficiente para sobrevivência.
    1. Espiritualidade: é um grande desafio para quem experimenta tempos de escassez, desesperança, desigualdade social e econômica. Aqui está uma oportunidade de exercitar a fé em Deus e em nós mesmos.

Para a superação destes tempos difíceis, devemos diluir a “sociedade fechada e enrijecida” que foi criada por gente exclusivista.

O texto bíblico é uma utopia possível, um horizonte que permanece sempre aberto que pode reverter o atual cenário econômico, social e político. Aliás, a palavra utopia remete seu significado a uma completa e radical inversão do cenário hegemônico e vigente. O termo “utopia” é uma palavra grega que indica o “não lugar”. Quer dizer que é uma proposta que não cabe onde há um sistema imperando. Utopia não tem lugar neste tempo. E para ocupar o seu lugar é preciso reorganizar o espaço e desarticular a hegemonia. Utopia é o sentimento motivador da realização do Reino de Deus que se constrói com a força das pessoas simples assim como podemos perceber no texto bíblico. Este Reino é o Reino da persistência, conhecimento, comunhão. Da espiritualidade e da solidariedade. É também o Reino da esperança. Ele não tem lugar em nossa sociedade. Mas, nós podemos antecipar a reorganização da nossa sociedade e reavaliar nossos valores.

Que o Deus da Criação nos ajude neste tempo onde lutas, desafios e esperança se entrelaçam a fim de realizarmos o Seu projeto.


Rev. Juarez Ferreira de Jesus

Agente de Pastoral do IMS
Universidade Metodista de São Paulo - UMESP
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