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O amor como utopia educacional

Horizontina Canfield

"a educação é o ponto em que decidimos se amamos o mundo" - Hannah Arendt

"quão maravilhosa é a vida agora que você está no mundo" - Elton John

Recebi várias mensagens de boas férias para o mês de julho. No calendário acadêmico, este é o tempo para o descanso. O interessante é que todas as mensagens falavam, de um jeito ou de outro, em afeto. Fiquei meditando: é do reconhecimento da vida, como dom gratuito, que jorra em nós espontaneamente o sentimento da afetividade para com o outro - o amor.

Em um primeiro momento, pareceu-me meio contraditório, pois o que se verifica cada vez mais é o crescimento da violência, da segregação e do individualismo. Fico pensando, agora: não estaríamos, ao desejarmos alegria e amor para o outro, na contramão do tempo? Não estamos nos afastando, como instituição educacional, da ciência? Não estamos correndo o risco da ingenuidade? Compreendo que todas essas são perguntas que devem ser respondidas, mas que só podem sê-las, para nós, a partir do nosso referencial educacional e confessional.

A educação metodista entende a tarefa do educador como um sonho que passa pelo desejo alicerçado nos valores culturais, onde a afetividade é importante na medida em que no processo pedagógico os relacionamentos são respeitosos. O carinho é paciente e onde há o reconhecimento do outro como diferente. É desse reconhecimento que brota em nós, espontaneamente, o sentimento de gratidão e o desejo de levar a vida em sua plenitude para todos as pessoas. De desejar que todos tenham alegria, liberdade, sabedoria, igualdade, afeto e amor, onde a descoberta da vida, a vida de cada um, é a realidade última, a raiz da qual tudo se alimenta.

Gosto da afirmação de Hannah Arendt quando diz que a comunidade é o lugar onde nos humanizamos. O convívio é o espaço do afetivo e a escola e a universidade são instituições interpostas entre a família e a sociedade, na qual a educação para melhorar deve comprometer-se com a sociedade na superação das dicotomias. Sendo, assim, a escola tem que mostrar o caminho do conhecimento da realidade e de si mesmo, para que tanto educadores como educandos aprendam a encontrar na vida o sentido e fundamento das ações que sejam alegres e tenham beleza n a grandeza do universo e aprendam na contemplação a descobrir-se como pessoa.

Queridos colegas e amigos, entendo os desejos afetivos e carinhosos de todos na perspectiva do olhar que a alteridade nos proporciona que são descanso... amor... saúde... alegria... carinho... e que tem parâmetro nas palavras do mestre dos mestre Jesus Cristo quando afirmou: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida".

Profª Horizontina Canfield Agente da Pastoral Universitária e Escolar

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