Namorar... será que ainda vale a pena?
No período da minha adolescência e parte da juventude, meus pais e avós tiveram o cuidado e a sensibilidade de me orientar sobre o namoro. Eles afirmavam que o ato de namorar era a oportunidade do casal lançar-se em um relacionamento afetivo para se conhecer, dialogar, trocar experiências, verificar compatibilidades e incompatibilidades, aproximar famílias e, após um período, terminar a relação ou prosseguir para um noivado. Esta concepção “antiga” trazia consigo o objetivo de forjar laços sólidos fundamentados em compromisso, respeito, amizade, entrega e solidariedade, isto é, em amor. Não cabia no namoro a agressão, reificação, dominação, manipulação ou qualquer outra prática desumana.
Muitas famílias adotaram e continuam instruindo adolescentes e jovens a partir desta concepção de namoro. Entretanto, como contraponto, uma nova forma de “namorar”, com outra proposta, é compartilhada cada vez mais. Esta se parece com uma conexão ao estilo de certos sites de relacionamentos, isto é, algo pontual, interesseiro, descartável e, até mesmo, fluido. A superficialidade e a impaciência dão o tom neste modelo. Com isso, aquelas e aqueles que o adotam vão perdendo a capacidade de dialogar, rever posicionamentos, ceder em algumas situações, posicionar-se, ou seja, colocar-se ao lado da outra pessoa para caminhar junto.
Neste modelo contemporâneo de namorar, a probabilidade do casal viver a degradação e a desumanidade é muito alta. Para evitar tudo isso, a leitura, reflexão e aplicação do texto bíblico de 1 Coríntios 13 tem condições de produzir saúde, equilíbrio e bem-estar para as pessoas envolvidas. Este trecho da Bíblia, embora seja muito utilizado em casamentos, não foi escrito com tal propósito. O apóstolo Paulo o redigiu, em conjunto com os capítulos 12 e 14, para auxiliar as mulheres e homens que faziam parte da igreja da cidade de Corinto a desenvolverem relações interpessoais profundas e benéficas. Vale ressaltar que o ápice da mensagem paulina indica que a transformação do amor em atitudes traz o bem para a coletividade e é abençoada por Deus.
Quando se leva o amor a sério todas as relações são transformadas. Deste modo, namoramos, desfrutamos o casamento, nutrimos amizades e nos relacionamos profissionalmente de outro modo. Portanto, abandonemos os relacionamentos fugazes, egoístas, tóxicos, manipuladores e agressivos. Estes últimos não cooperam com nossa saúde física, psíquica e espiritual, antes nos adoecem com a desconfiança, o ensimesmamento e a indiferença.
Aproveite a data de hoje para rever como estão suas relações, especialmente o namoro. Se você perceber que algo está desalinhado, apresente sua dificuldade a Deus. O Senhor certamente lhe concederá habilidade, ajuda e criatividade para mudar e construir uma nova história.
Rev. Edemir Antunes