Mães que marcam
“Trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Lóide, e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti.” 2 Timóteo 1:5
Uma das maiores riquezas que pode um filho ter são as marcas recebidas na infância por meio da família, inicialmente pela herança genética de ambos os pais, o nome, que vai seguir a pessoa por toda a vida, e depois a educação que vem por dois caminhos. O primeiro é o ensinamento verbal, tanto no estímulo para a fala, como na instrução ou conselhos que os pais passam para seus filhos.
O outro é o comportamental, aquilo que os filhos veem nos seus pais, como atitudes, manias, posturas, os filhos observam aprendem e imitam. Muitas vezes não nos damos conta de que os filhos estão nos observando e que estamos em plena atividade educativa familiar, mas lá estão eles, prestando atenção em tudo que estamos fazendo.
A realidade da presença da mãe na vida de um filho é muito marcante. Passa primeiramente pela gestação, e depois amamentação e cuidados gerais de um bebê. Vale a´pena observar a sensibilidade de uma mãe que durante a madrugada acorda, sem motivos aparentes, mas com uma preocupação com seu filho que não sabe de onde vem, mas quando ela vai verificar como ele está, o encontra em alguma situação difícil e lá está ela pronta para tomar uma providência.
Ser Mãe verdadeiramente é um dom de Deus! É um princípio divino. Não estou falando da condição natural da mulher de ter filhos, falo de condição da mulher de Ser Mãe! Já ouvi relatos de mulheres que acharam que não tinham vocação alguma para serem mães, mas quando os filhos nasceram, juntamente com eles nasceram também o espírito materno nelas. O senso de cuidado e proteção estava lá dentro delas esperando o momento oportuno para ser despertado. Não há como explicar, apenas como sentir.
Claro que a mãe, não é um ser infalível, muitas vezes ela é quem mima o filho que depois que cresce ainda quer os mesmos mimos da infância e espera que a esposa o faça. Isso depois dá um trabalho para consertar, mas é assim, a mãe nos marca mesmo.
No texto bíblico que está em destaque acima, o apóstolo Paulo escreve para Timóteo no intuito de cuidar de um jovem levantado para ser um líder na igreja, e faz questão de dizer que percebe nele uma fé especial. Uma fé que Paulo classifica como “sem fingimento”. Paulo vê em Timóteo um chamado e um talento, qualidades que um ministro precisa para ser um instrumento útil nas mãos de Deus. Paulo vai além e revela que tal fé ele também já havia visto na sua avó Lóide e depois em sua mãe Eunice, duas mães que estiveram presentes na vida de um jovem que está prestes a se tornar um evangelista. Paulo não pôde deixar de lembrar a Timóteo que Lóide, sua avó, e Eunice, sua mãe, contribuíram muito para a qualidade da fé que possuía.
Acredito que Paulo, ao fazer menção a Loide e Eunice, quis dizer a Timóteo que o trabalho delas é referência para sua atuação como ministro do evangelho. Assim como elas instruíram, foram exemplos de vida e perseveraram na fé, ele deveria ser. Esta fé não fingida, ensinada a Timóteo, está calcada em uma vivência com Deus, uma fé não amarrada em uma religiosidade passada de geração a geração, mas uma fé mergulhada em um relacionamento com Deus que se renova a cada dia e se sustenta no próprio Deus. É admirável ver o jovem Timóteo despontando na igreja neotestamentária, mas Paulo faz questão de olhar além e encontrar duas mulheres, duas mães que cumpriram muito bem o chamado de serem fiéis ao Senhor Jesus e ao propósito de serem mães.
Não é difícil perceber que não damos o reconhecimento necessário às pessoas que realizam serviços essenciais para as nossas vidas. O trabalho das mães se enquadra nessa categoria, muitas vezes não valorizamos seus esforços nos afazeres domésticos, por exemplo, e em tudo que envolve o funcionamento de um lar. Certamente a maior alegria de uma mãe é ver o crescimento e o desenvolvimento de seu filho, mas é muito importante reconhecermos o esforço, a preocupação e a dedicação que ela dispensa à sua família uma vez que nos beneficiamos de todo esse trabalho. A mãe é definitivamente um pilar dentro de uma estrutura familiar.
Mãe, uma palavra tão pequena e de uma importância tão grande.
Que Deus continue abençoando as mães do mundo, que mesmo com tantas preocupações e responsabilidades conseguem desempenhar esse papel.
Deus te abençoe, Mãe!
Pr. Hércules Araújo.