Fé em meio a crise
“Jesus respondeu: - Foi porque vocês não têm bastante fé. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: se vocês tivessem fé, mesmo que fosse do tamanho de uma semente de mostarda, poderiam dizer a este monte: ‘Saia daqui e vá para lá’, e ele iria”.
Mt 17:20
Vivemos tempos de crise. As mais diferentes possíveis: econômica, valores, paradigmas. As crises são inerentes ao ser humano. Algumas vezes estão visíveis, outras vezes, ocultas. Jesus Cristo nos propõe um caminho para superar as crises: A Fé.
Para entendermos o sentido de fé proposto por Jesus, no evangelho de Mateus, precisamos em primeiro lugar entender os simbolismos contidos na figura da mostardeira.
As circunstâncias em que Jesus falou tais palavras para aqueles que o seguiam, eram as mais desproporcionais possíveis. Sua pregação era ainda um embrião (pequena semente), impotente diante de um Império que se impunha a ferro e fogo.
Todavia, apesar de ser ineficaz em termos militares, a palavra de Cristo surtia grande efeito no nível pessoal. O movimento cristão nascente apesar de sua aparente pequenez tinha um grande potencial.
Este é o primeiro simbolismo da mostardeira. Sua semente tem uma aparência ínfima. Porém traz em si um grande potencial de crescimento e desenvolvimento.
Se formos comparar o nosso potencial de mercado com outras instituições de educação, estaremos diante de situação semelhante. Não somos uma mega instituição de ensino, mas temos um potencial muito grande.
Olhamos para os problemas que nos atingem e nos sentimos oprimidos, ameaçados. Mas ter fé como de um grão de mostarda é crer no potencial latente em nós. Potencial este que será um grande diferencial.
A pregação de Cristo, apesar de embrionária causava grande polêmica, principalmente entre os partidos político-religiosos da época, tais como os fariseus e saduceus. Muitos são os momentos em que Jesus discute o sentido da fé com estes (Mt 12:1-8; Mt 16:1-4; Mt 16:5-8).
Aqui encontramos o segundo simbolismo da mostardeira. Uma das qualidades da mostarda é o seu sabor picante. A pregação de Cristo tinha um sabor “picante” para fariseus e saduceus.
Qual o sabor da nossa instituição? Os alunos/as que aqui entram percebem a diferença do nosso tempero? Creio que Deus tem usado pessoas que por aqui passaram para fazer diferença na nossa sociedade. E não podemos pensar de forma diferente. Cada docente, cada funcionário pode e deve ser um instrumento nas mãos de Deus para “temperar” esta sociedade, que perdeu seu sabor.
As multidões que seguiam a Cristo eram compostas principalmente por marginalizados sociais. Pessoas que passavam por situação de grande sofrimento: viúvas, órfãos, prostitutas, leprosos entre outros. Sua palavra em meio a estas pessoas vinha trazer alívio aos corações cansados de sofrer.
Por fim, encontramos um terceiro simbolismo da mostardeira. Seu fruto, a mostarda era utilizada como emplastro para ajudar a amenizar a ardência na pele, causada por queimaduras, principalmente aquelas provocadas pelo sol do deserto.
A fé nos traz alívio. Diante da crise percebemos as nossas limitações. Nenhuma estrutura humana é segura. Todos somos limitados. E depois de nos depararmos com nossa finitude, percebemos que o que nos resta é a fé.
O livro de Hebreus tem uma maravilhosa definição sobre fé: “Fé a certeza do que se espera e a prova do que não se vê”
Que Deus nos traga alívio as nossas dores. Que Ele traga um novo sabor a este mundo e que ele fortaleça o potencial que existe em cada um de nós.
Rev. Cesar Roberto Pinheiro
Agente de Pastoral – Campus Planalto