Dai a César e dai a Deus
Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.
“E enviaram-lhe os seus discípulos, com os herodianos, dizendo: Mestre, bem sabemos que és verdadeiro, e ensinas o caminho de Deus segundo a verdade, e de ninguém se te dá, porque não olhas a aparência dos homens. Dize-nos, pois, que te parece? É lícito pagar o tributo a César, ou não? Jesus, porém, conhecendo a sua malícia, disse: Por que me experimentais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo. E eles lhe apresentaram um dinheiro. E ele lhes disse: De quem é esta efígie e esta inscrição? Dizem-lhe eles: De César. Então ele lhes disse: Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. E eles, ouvindo isto, maravilharam-se, e, deixando-o, se retiraram”. (Mateus 22:16-22)
O tempo passa e parece que as coisas não mudam. Os homens têm as mesmas malícias, defendem os seus interesses, enganam e mentem. Mas tudo isto é assim porque vivemos no mundo de Césares ou não conhecemos ou não sabemos da realidade do reino de Deus. Este texto de Mateus 22 acima citado mostra Jesus vivendo um momento em que homens maliciosos querem arrumar um jeito de acusar Jesus de algum crime para os romanos. No primeiro momento eles fazem elogios e no segundo momento uma pergunta capciosa: “É licito pagar tributo a César ou não?”
Uma pergunta que se respondida sem o devido cuidado colocaria Jesus em uma situação muito difícil. Se disser que sim, é lícito pagar impostos a César, o povo estaria contra ele. Se disser que não, então estaria indo contra uma autoridade estabelecida naquela cidade. O que fazer? Primeiro de tudo, Jesus reconhece que os seus interlocutores são maliciosos. Depois não se deixou levar pelos elogios que ouviu primeiramente e se fixou na pergunta feita. Em seguida, dá sua resposta de uma forma muito simples e óbvia. Pedindo uma moeda aos seus interlocutores pergunta a eles de quem era a imagem gravada na moeda e as inscrições, ao passo que responderam “César”. Logo a moeda é dele. Dai, pois, a César o que é de César. Mas na sequência Jesus completa: “Dai a Deus o que é de Deus”.
Os governos que exercem autoridade sobre nós se guiam pelas leis e pelo sistema social que estamos mergulhados. Logo, foi dado a eles o direito de cobrar o cumprimento das leis e a fazer regras para que a economia se desenvolva. Mas há um outro governo neste mundo que é de Deus e que a ele é devido a mesma observação e obediência. Mas achamos que a realidade do governo de Deus não é alcançável, pois o próprio Deus que tem poder de transformar as coisas não a estabelece pelo seu poder.
A grande diferença entre os dois governos é que o governo humano se impõe sobre uma sociedade pelo voto dos cidadãos. O vencedor ganha o direito de se estabelecer sobre o vencido. Ou pela força militar quando um grupo toma o poder a força e se faz governo local. Mas esta é a nossa forma de tomar o poder, mas não é a de Deus. A regra de Deus é governar sem força ou violência, mas pelo seu Espírito, o Amor. Dar a César o que é de César foi uma crítica muito forte que Jesus fez ao estabelecer uma realidade que o próprio César construiu. Se é o que ele quer então dê a ele. Mas, e agora, dar a Deus o que é de Deus, como será? Nós temos dado a Deus o que é dele? Temos reconhecido o seu governo? Então, como podemos nós pedir socorro a Ele, pedir bênçãos sobre nós?
Vivemos dias muito difíceis na nossa política. Não sabemos quem é o lobo ou as ovelhas. Às vezes, a impressão é que não há ovelhas, só lobos. Como discernir e entender este momento? Precisamos descobrir primeiro quem nos governa, se é César ou Deus? Assim saberemos de onde virá nosso auxílio.
Pr. Hércules.