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..Eu vim para que vocês tenham vida
e a tenham em abundância...
Jo 10.10
Vários autores do meio científico têm afirmado que o comportamento, o estilo de vida do ser humano pós-moderno, gerou uma sociedade adoecida.
Alguns sintomas podem evidenciar esta teoria:
1. Apesar das inúmeras ofertas de lazer e divertimento, os quadros de depressão, tristeza, angústia, aumentam diariamente. Somos estimulados excessivamente em todos os sentidos. Se o nível de estímulo ao prazer, definisse o nível de nossa felicidade, seríamos na história da humanidade a sociedade mais feliz em séculos de existência. Todavia, vemos somente tristeza e insegurança excessiva.
2. Viajando pelo interior do RS, em meio ao verde, campos e plantações de soja, notava a presença de algum povoado ou de casas isoladas. Então pensava: - Será que eu me sentiria bem morando num lugar assim tão isolado? Mas ao voltar para São Paulo me lembrei que eu já estou isolado. A realidade onde vivemos é da solidão, do medo da violência, do isolamento. É uma contradição absurda. O número de pessoas aumenta ano após ano no mundo e ainda assim nos sentimos sozinhos. Estamos sós no meio da multidão.
3. E por estarmos sozinhos já não conversamos mais. Observem os diálogos atuais. Na maior parte do tempo são de pessoas falando sobre si mesmas. O modelo familiar pós-moderno é de um grupo de estranhos, isolados em seu próprio espaço (cada um com seu computador, com sua TV, com seu quarto...).
4. E por nos sentirmos estranhos em relação às pessoas, os pré-conceitos são reforçados. E surgem formas novas de discriminação. Além do preconceito racial, social, temos também o cultural. Por exemplo, o termo ‘baianada’ é sinônimo de atitude errada.
5. E aí chegamos à educação. Quanto mais eu converso com estudantes, percebo que estão reproduzindo informações. Aquela coisa de criticar, duvidar está desaparecendo. Então temos uma geração que idolatra o exterior, mas que não conhece o “mundo de dentro”.
Por favor, não me tomem com um pessimista, isto é apenas uma reflexão, fruto da pausa para as férias.
O texto que abre esta reflexão apresenta Jesus como um apaixonado pela vida. Creio que, como uma instituição educacional e confessional, precisamos redescobrir a paixão pela vida, pelas pessoas.
Tudo aquilo que fizermos enquanto educadores precisa romper com a cultura hedonista.
Também se faz necessário, proporcionar espaços de aproximação entre as pessoas, onde o aprendizado seja um tempo de diálogo.
Neste caminho vamos rompendo os preconceitos e finalmente levaremos novamente nossos alunos/as a uma reflexão mais profunda da vida, deixando para trás a superficialidade contemporânea.
Só assim poderemos falar que de fato existe “vida em abundância”.
Feliz 2010 a todos/as vocês!
Rev. Cesar R. Pinheiro
Agente de Pastoral – Campus Planalto