Aos professores e professoras
Vós me chamais o Mestre e o Senhor e dizeis bem;
porque eu o sou.
Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros.
Evangelho de João 13.13-14
Gosto de pensar no professor/professora, como ‘desbravador de mundos’ que não vai habitar. Os caminhos que ele/ela abrir, as pistas que ‘des-cobrir’, as fendas ou rastros que apontar para a exploração, vão levar a mundos em que ele/ela não poderá chegar. Não poderá ali desvencilhar-se das mochilas, descansar à sombra das árvores, refrescar-se com as águas cristalinas e frescas, retomar o caminho, sempre aberto a novas explorações. Porque esses mundos não lhe pertencerão. Pertencerão, sim, a seus alunos e alunas.
Qual, então, sua glória, se não poderá desfrutar dos mundos que ajudar a descobrir ou desbravar? Sua glória é a de ter sido quem apontou esses caminhos, abriu essas possibilidades, encorajou e orientou as conquistas.
Professor, portanto, não é um “burocrata da educação”, que apenas cumpre a tarefa de “empanturrar” alunos e alunas de informações, de “matérias”, que eles e elas não poderão digerir. Mais importante do que “cumprir o programa” é despertar o gosto pelo aprender, por descobrir a importância e o sentido do conteúdo, a vontade de beber mais daquela água que sacia a curiosidade e restaura para a continuação da empreitada.
Ser professor/professora é, então, seduzir. Seduzir para uma realização amorosa da qual ele/ela não vai participar. A satisfação deve estar em ver que seus esforços, suas sutilezas de induzir ao flerte, seu encorajamento para as primeiras brincadeiras de ‘pegar pela mão’ deram resultado. Que o fogo de uma paixão foi aceso e que um romance se iniciou.
Porém, para isso, é necessário que o professor, a professora, tenha também muitos ‘mundos interiores’, uma riqueza de alma e de cultura sempre lhe instigando a novas aventuras, a novos caminhos, a novas descobertas. É necessário que ele/ela tenha se deixado seduzir e viva a ternura e os arroubos do encontro com o de sempre, como se sempre fosse o primeiro encontro.
Por fim, todos e todas temos sempre que aprender com o maior dos Professores: Jesus Cristo. Sendo o Mestre dos mestres ele se colocou no lugar do serviço aos seus discípulos e à humanidade. É certamente a proclamação de um mundo novo, num tempo em que, em geral, as pessoas só pensam em seu proveito pessoal.
Com essas palavras, nossa homenagem aos professores e professoras pelo seu dia.
Rev. Luiz Eduardo Prates da Silva
Coordenador da Pastoral Escolar e Universitária