Admiro o jeito de Jesus de preferir o diferente
Ao iniciar esse texto, lembrei da Música do João Alexandre, Tapeceiro, que diz: “...
Minha vida é obra de tapeçaria,
É tecida de cores alegres e vivas,
Que fazem contraste no meio das cores
Nubladas e tristes
Se você olha do avesso,
Nem imagina o desfecho
No fim das contas, tudo se explica,
Tudo se encaixa, tudo coopera pro meu bem
Nesse tempo de medo e incertezas, convido a cada um de nós a refletirmos naquilo que temos visto. Eu admiro o jeito de Jesus de preferir o diferente. Isso me faz ver a beleza dos avessos. O ser humano na pressa de encontrar, não vê. Quantas vezes desprezamos as pessoas porque só vemos o agora! É tão doido a gente somente ser visto, a partir do presente. Quando as pessoas olham pra gente e só enxergam o que a gente tem no momento e, o pior, o que podemos dar para o outro, isso é muito triste.
Jesus era um homem que não se prendia no presente. Isso era fascinante em Jesus Cristo. Por isso, Ele era capaz de preferir quem Ele preferia. Assim são as pessoas que amam verdadeiramente, nunca esgota as criaturas amadas, porque o amor sobrevive de futuro. Porque elas conseguem enxergar aquilo que a gente ainda não viu. A pessoa que ama consegue enxergar, o que o outro ainda não é, vê o avesso, vê o contrário da situação.
É bonito a gente pensar que a beleza do tecido tem um sustento, uma trama que está por trás de tudo isso.
Compreender as pessoas e amá-las, só é possível a partir do momento que a gente entra na trama, no avesso, quando a gente não enxerga somente aquilo que os olhos podem revelar, ver, podem conhecer, mas sobretudo aquilo que ainda está oculto.
Deus nos ama assim, porque enxerga aquilo que a gente não é, mas aquilo que a gente ainda pode ser. Com o meu carinho e orações,
Profª Rosane Oliveira – Agente da Pastoral Universitária