A Inquietude da Vida
Nas grandes cidades, podemos perceber como as pessoas vivem apressadamente. Sempre se tem algo para fazer, um problema para resolver e nos pegamos sempre correndo. Queremos dar conta das demandas de maneira rápida e eficiente, que tudo se encaixe de forma harmoniosa a nosso favor, claro. Ainda há outro motivo: muitas vezes corremos não porque queremos correr, mas porque estamos pressionados por outras pessoas e assim assumimos a pressa de demandas que não são nossas. Geralmente, quando fazemos algo de forma apressada, as chances de que alguma coisa errada aconteça é muito grande. Mas pelo jeito, esta não é uma realidade nova dos tempos modernos: já no tempo de Jesus acontecia e ele próprio foi provocado a acompanhar a demanda dos outros.
No texto acima vemos Jesus em visita à casa de Marta e Maria, provavelmente, irmãs de Lázaro. Mas as duas irmãs tomaram atitudes distintas uma da outra no momento que recebiam Jesus. Enquanto Marta se agitava de um lado para o outro, servindo à mesa, Maria se sentou perto de Jesus para ouvir seus ensinamentos. Se considerarmos a questão cultural da época, realmente, Marta estaria certa no sentido de que as mulheres cuidavam dos serviços da casa e era esperado que, com uma visita, elas pudessem proporcionar o melhor para o visitante.
Em um tempo que as mulheres não eram nem contadas em um grupo de pessoas, ver Maria sentada e participando da conversa com Jesus seria um absurdo. Porém, Maria identificou nos ensinamentos de Jesus algo que lhe importava muito. Ela precisava aprender, então, tomou esta atitude de ir contra a cultura da época para ouvir o mestre. E depois, ela estava em sua própria casa.
Quando Jesus foi questionado se ele não se importava com aquela situação, a resposta foi surpreendente: “Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas...”. Jesus apontou que cada uma delas podia fazer as escolhas que quisesse, mas Maria havia escolhido a boa parte e Jesus não ia lhe tirar isso.
As escolhas que fazemos são de nossa responsabilidade. Fazer escolhas em um momento de agitação é a pior atitude que alguém pode ter. Nossas escolhas precisam ser tomadas com serenidade, paciência e mansidão. Assim, há tempo de pensar e, com critério, escolher e se decidir. Devemos ter cuidado com as nossas escolhas, pois somos responsáveis por elas. Não adianta jogar em Deus os erros das nossas escolhas apressadas. O que podemos aprender é que: “a pressa é inimiga da perfeição”. Se nossas escolhas não têm sido boas, vamos parar para pensar e, com calma, pedir a Deus que nos ensine a fazer escolhas e aprender com elas.
Pr. Hércules.