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“Não é bom que o homem esteja só”. Gênesis 2.18

“Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho
e sobre ele lança toda a força de sua alma,
todo o universo conspira a seu favor”. Goethe

O tema das relações tem se apossado de diferentes setores da sociedade. Na educação tem ficado evidente que educação é um processo relacional – “Ninguém educa ninguém, ninguém se educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo” – é o eco do que já afirmava há quatro décadas Paulo Freire.

O texto bíblico citado fala que não é bom que o homem viva só e acredito que é impossível viver sem se preocupar com o outro. Também considero que educar é um ato de amor que exercem pessoas que desejam o bem de outras. Não é possível conceber uma educação que não se ocupe de ensinar para a paz, para a justiça e para o bem comum. Vamos descobrindo enquanto universidade confessional que não basta passar pela vida de crianças, jovens e adultos sem fazer a diferença, sem significar algo para aqueles que se assentam a nossa frente, ou ao nosso redor e deixar de dizer-lhes as palavras de sabedoria, de contagiá-los com os valores essenciais para a vida humana: a criticidade, a solidariedade, a fraternidade...

Se for totalmente verdade o que nos invoca Paulo Freire com relação à educação como relação; se for totalmente verdade a espiritualidade sendo relacional; se a vida é relacional então, não podemos aceitar vivê-la passivamente sem nos inquietarmos com situações que estão tão próximas de nós. E quanto às relações no seu setor, na sua faculdade, nos diferentes seguimentos aqui em nossa universidade, a que temos nos apegado? Ao sofrimento, ao ressentimento ou a ajuda mútua? Como muitas vezes nos apegamos a essas “coisinhas” que guardamos em nossas gavetas, como muitas vezes vivemos com o lixo da existência, tudo seria mais claro e límpido com o coração renovado, vocês concordam?

2011 chegou! Que você possa olhar as marcas e cicatrizes que ganhamos do ano anterior, pois elas ficam para nos lembrar da vida, do que fomos, do que fizemos e do que devemos evitar. Não inventaram ainda uma cirurgia plástica da alma que possa tirar todas as nossas vivências e nos deixar como novos. Ainda bem! Não podemos nos esquecer do nosso passado, de onde viemos, o que fizemos dos caminhos que percorremos. Não podemos nos esquecer de nossas vitórias, nossas quedas e nossas lutas.

Termino com o texto de Drummond, “Faxina na alma”:

Não importa onde você parou, em que momento da vida cansou.
Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo, é renovar as esperanças na vida e, o mais importante, acreditar em você de novo.

• Sofreu muito nesse período? Foi aprendizado.
• Chorou muito? Foi limpeza da alma.
• Ficou com raiva das pessoas? Foi para perdoá-las um dia.
• Sentiu-se só por diversas vezes? É porque fechaste a porta até para os anjos.
• Acreditou que tudo estava perdido? Era o início da tua melhora.

Pois é, agora é hora de reiniciar, de pensar na luz, de encontrar prazer nas coisas simples de novo.
Um corte de cabelo arrojado, diferente? Um novo curso ou aquele velho desejo de aprender a pintar, desenhar, dominar o computador ou qualquer outra coisa.
Olha quanto desafio, quanta coisa nova nesse mundo de meu Deus te esperando.
Tá se sentindo sozinho? Besteira. Tem tanta gente que você afastou com o seu “período de isolamento”, tem tanta gente esperando apenas um sorriso teu para “chegar” perto de você.
Quando nos trancamos na tristeza, nem nós mesmos nos suportamos, ficamos horríveis, o mau humor vai comendo nosso fígado, até a boca fica amarga.

2011, tempo de recomeçar! Hoje é um bom dia para começar novos desafios, o que você está esperando?


Com o meu carinho,

Profª Rosane Oliveira- Agente da Pastoral