Educador deve ir além da função acadêmica, afirma novo diretor de Graduação
04/02/2019 17h55 - última modificação 06/02/2019 15h21
O cenário de competitividade e de novos desafios na educação superior brasileira exige que o educador vá além do papel acadêmico. No novo rearranjo desenhado para este século 21, há outras responsabilidades como assumir funções de gestor de curso e das relações aluno-professor, de promotor de melhorias curriculares e até financeiras da graduação, além de outras harmonizações de conflitos.
“O líder acadêmico deve ser motivador, articulador, sensibilizador, divulgador, promotor e líder de seu curso. Sem falar, claro, do papel científico e intelectual de sua área de conhecimento”, definiu professor Sergio Marcus Tavares, novo diretor de Graduação da Universidade Metodista de São Paulo, na abertura do Fórum de Coordenadores de 2019 e da Semana de Planejamento Acadêmico, na tarde de 4 de fevereiro. No caso da Metodista, professor Sergio colocou mais um compromisso aos líderes: a defesa da identidade confessional da instituição.
O Planejamento Acadêmico de 2019 envolveu outros dois momentos além do alinhamento de informações e debate sobre os cenários onde a UMESP está inserida: na terça-feira 5 de fevereiro cada diretor de campus reuniu-se com os respectivos coordenadores de cursos. Essa programação será seguida de atendimentos individuais do diretor de Graduação com cada coordenador de graduação e o diretor de seu campus. O objetivo é discutir as especificidades de cada curso, novas oportunidades de formação e atualização. O diretor da Educação Metodista a Distância, Marcio Oliverio, realizou a mesma programação com coordenadores de cursos EAD.
Neste 2019 a Universidade Metodista de São Paulo está inaugurando nova estrutura administrativa e acadêmica por meio da qual cada área de conhecimento terá um diretor, assim como cada um dos três campi terá à frente um staff diretivo. Leia aqui.
Concorrência predatória
Professor Sergio Tavares expôs na abertura da Semana de Planejamento Acadêmico um quadro de grandes mudanças na educação superior brasileira a partir dos anos 2000, quando a expansão do setor se deu por meio de privatização do ensino, fusões e aquisições de IES menores, diversificação para educação a distância e cursos de tecnólogos e expansão momentânea do FIES (Financiamento Estudantil). Ele mostrou a concorrência predatória surgida a partir de então. A isso juntaram-se a inadimplência e a alta evasão com o acesso de novos públicos à educação superior com limitações econômicas.
“A proliferação de IES com baixas mensalidades em cursos massificados explica a situação das instituições escolares históricas, sobretudo as confessionais e comunitárias, que não visam lucro e são geralmente instâncias de excelência”, lamentou professor Sergio, cujo tema abordado foi Gestão Universitária e Conjuntura Atual: o Papel da Liderança Acadêmica numa Universidade Confessional.
O novo diretor de Graduação da UMESP também fez referência às avaliações de cursos e IES iniciadas pelo governo em 1999 e que acabaram gerando rankings de referência na escolha dos candidatos a vestibular. Esses rankings acabam nivelando pequenas, média e grandes grupos educacionais, medidos pela mesma régua, sem obedecer às suas especificidades. “O gestor educador (reitor) foi substituído pelo gestor de mercado, vindo de grandes empresas ou de bancos”, explicou o dirigente sobre o novo formato de governança que se estabeleceu no setor da educação.
Foi devido a esse cenário que a Educação Metodista decidiu rearranjar-se na forma de rede em 2009, centralizando a parte administrativa em busca de enxugamento de custos e maximização das potencialidades. “O cenário externo exigiu que fizéssemos assim”, justificou professor Sérgio.
O Fórum de Coordenadores também deu boas-vindas aos novos docentes que assumiram funções de coordenação. Também foram apresentados os vários setores avançados e de apoio acadêmico da UMESP, entre os quais a Central de Relacionamento com Veteranos, a Secretaria Acadêmica, Bibliotecas, Assessoria de Relações Internacionais, Editora Metodista, Incubadora Mondó, Metô Carreiras, Avaliação Institucional, Núcleo de Formação Cidadã, Núcleo de Arte e Cultura e Assessoria de Inclusão, entre outros.
Esta matéria foi publicada no Jornal da Metodista.
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