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Ex-aluna de Letras lança livro sobre história da tradução brasileira

Damiana de Oliveira ganhou vivência de traduções e revisões trabalhando na Cátedra Unesco/Metodista

20/04/2018 16h15 - última modificação 06/09/2019 10h57

Formada em 2006 em Letras Português-Inglês pela Universidade Metodista de São Paulo, onde também atuou durante cinco anos na Cátedra Unesco/Metodista de Comunicação, Damiana Rosa de Oliveira transformou em livro seu amor pela pesquisa e pela tradução. Dia 5 de maio próximo, em co-autoria com Andreia Cintas Vazquez, ela lança A Fantástica História (ainda não contada) da Tradução no Brasil, resgatando trajetórias de tradutores que narraram desde a exportação de café brasileiro até a chegada das multinacionais no Brasil.

Hoje com 34 anos e atuando como tradutora e legendadora autônoma para diversos clientes diretos e agências, Damiana agradece à origem da carreira a partir da licenciatura em Letras na Metodista que cursou graças a uma bolsa de estudos:

“O curso me propiciou aprender com grandes mestres, como as professoras Solange Tenório, Edna Perrotti, Rita de Cássia Caparroz - com quem tenho contato até hoje - e o grande professor Esdras da Silva (in memoriam), que me orientou e muito me apoiou. Ter tido a oportunidade de trabalhar na Cátedra UNESCO de Comunicação ao lado dos professores Marques de Melo e Cristina Gobbi me proporcionou experiência imensurável. Lá, aprendi na prática a revisar e traduzir”, descreve a ex-aluna, que pós-graduou-se em Tradução e Interpretação Espanhol-Português pela Universidade Gama Filho.

Atualmente Damiana desenvolve trabalhos para a Bravo Estúdios, onde faz versão de novelas e minisséries brasileiras para o espanhol, além da Sfera Studio, onde legenda filmes e seriados para grandes provedores de filmes e séries via stream. Também faz legendas para universidades em plataformas online de cursos EAD e vídeos institucionais, assim como realiza traduções na área técnica para grandes montadoras, de romances e materiais acadêmicos.

Ela reforça o aprendizado prático que construiu na Cátedra Unesco: “Grande parte da correspondência do espaço era feita em espanhol, o que me permitiu desenvolver bastante a prática com a língua. Lá fiz as minhas primeiras interpretações consecutivas, as primeiras traduções de livros. E como as publicações da Cátedra saiam quase todas pela Editora Metodista, guardo profunda gratidão à equipe da editora que me ensinou tudo o que sei sobre mercado editorial”, diz.

Ruy Barbosa e Carlos Lacerda

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Damiana (de azul) escreve com co-autoria de Andreia Vazquez
Sobre a ideia de resgatar a história da tradução no Brasil que dá título à sua obra, a ex-aluna lembra que, como assistente dos professores José Marques de Melo e Maria Cristina Gobbi, além de cuidar de traduções e revisões das publicações, teve oportunidade de atuar em uma parceria de Marques de Melo com a Imprensa Oficial do Estado para organizar a coleção “Imprensa Brasileira - Personagens que Fizeram História”.

 

“Eram quatro volumes recheados de perfis de quem fez a história da imprensa brasileira. Como assistente na Cátedra, ajudei na digitalização de alguns materiais e na revisão das publicações e, neste processo, encontrei jornalistas tradutores como Ruy Barbosa e Carlos Lacerda. Achei muito interessante e comecei a fazer uma pesquisa pessoal reunindo estas curiosidades. Depois, conheci a Andreia Vazquez e compartilhei meu amor pela pesquisa e pela tradução. Ela abraçou a ideia e começamos juntas a idealizar o projeto. No final de 2017 conhecemos Edmar Matos, editor da Editora Transitiva, que acreditou no nosso trabalho e agora em 2018 está tornando este livro realidade”, conta, acrescentando que outra fonte de pesquisa que enriqueceu a obra foi o acervo da Biblioteca Central da Metodista.

A Fantástica História (ainda não contada) da Tradução no Brasil destaca tradutores que exerceram papel essencial na colonização do Brasil e na formação da língua portuguesa brasileira. Reis, escritores e até políticos são resgatados no papel de tradutores, além de serem narradas as aventuras de quem reinventou a tradução para adaptá-la às novas tecnologias e mídias.

“Conforme o mundo foi se modernizando, o tradutor teve que reinventar o processo de tradução: chegaram os filmes falados e, com eles, o processo de legendagem e tradução para dublagem. Posteriormente, vieram os videogames e, com eles, o processo de localização da informação: afinal, não tem graça jogar um jogo de carros com placas de trânsito que não conhecemos. É o tradutor localizador de games que faz esse tipo de adaptação. Hoje, as universidades oferecem cursos a distância e estão descobrindo que podem legendar estes cursos e compartilhar seu conhecimento com o mundo. No meio de tudo isso está o tradutor, adaptando-se às tecnologias para ajudar a compreender este complicado e ligeiro mundo globalizado”, considera Damiana de Oliveira, que ingressou na Metodista aos 19 anos para trabalhar na secretaria da antiga FCA (Faculdade de Administração) digitando diários.

A sessão de autógrafos programada para 5 de maio será das 15h às 18h na Livraria Martins Fontes da Avenida Paulista, 509, na Capital.

Esta matéria foi publicada no Jornal da Metodista.
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